Quase 100 suspeitas de cancro de pele em 2016

Especialistas lembram que 20 minutos de exposição solar bastam para as necessidades diárias

Em 2016, o rastreio nacional que abrangeu mais de 1700 pessoas detetou quase 100 suspeitas de cancro de pele, de acordo com a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC).

Osvaldo Correia, presidente da associação, refere que os casos de cancro de pele têm vindo a crescer e no último rasteio realizado em 2016 as suspeitas subiram 11% comparando com o ano de 2015. “Mais de 80 casos de carcinoma basocelular e 14 melanomas, além de outras lesões de risco de cancro da pele”, enumera.

Durante a apresentação dos dados do rastreio nacional, Osvaldo Correia aproveitou para referir que S. Jorge, nos Açores, é a região com uma das taxas de incidência dos cancros da pele mais elevadas do país.

Na apresentação da campanha “Sol e Pele”, da APCC, o responsável alertou para uma maior incidência dos cancros de pele em pessoas cada vez mais jovens, algo “que se prevê que continue a aumentar nos próximos anos”.

A associação considera que são vários os fatores que se conjugam para este aumento e que vão além da componente genética. As poucas precauções e “comportamentos menos adequados” são ainda o grande fator do aumento deste tipo de cancro.

Apesar do aumento da sensibilização, os números estimados pela associação não são animadores: prevê-se que este ano surjam mais 12 mil novos casos de cancro de pele, mil dos quais melanoma.

Diagnóstico precoce

Para além do melanoma, lembra Osvaldo Correia, há que “pensar no cancro de pele não melanoma – como o carcionoma espinocelular –, que pode aparecer por uma ferida que não cicatriza e que pode ocorrer sobretudo nas zonas cronicamente expostas ao sol”.

Osvaldo ressalva ainda a importância do diagnóstico precoce, dando o exemplo de várias iniciativas que irão ser desenvolvidas no âmbito do Dia do Euromelanoma – que se assinala dia 17 de maio – com rastreios gratuitos, disponíveis em cerca de cinquenta serviços de dermatologia espalhados pelo país. Além disso, apela ao autoexame, de forma a que qualquer pessoa consiga “identificar o inimigo”.

Com esta iniciativa pretende-se também “amplificar as mensagens de prevenção primária e secundária de cancro de pele, com o intuito de chegar às crianças e aos adolescentes e, por isso, vão ser várias as iniciativas a acontecer em escolas. “Queremos que pratiquem desporto ao ar livre mas com segurança”, declarou Osvaldo Correia.

Vitamina D

A associação considerou ontem “um erro grosseiro” aumentar a exposição solar pensando que a pele vai produzir mais vitamina D e lembrou que 20 minutos bastam para as necessidades diárias. “É errado aconselhar a população a expor-se mais ao sol, de forma desmesurada, pois vai é aumentar o risco de cancro de pele”, alertou Osvaldo Correia.