França. O que está por detrás das eleições francesas? [Fotogaleria e vídeo]

Envelopes. Duas folhas. Uma com o nome de Marine Le Pen e outro de Emmanuel Macron. É uma lanterna a pilhas. É só isto que é preciso para eleger o novo presidente francês.

As urnas só abrem às 8h da manhã, mas as preparações das salas de voto começaram na passada sexta-feira.

Envelopes com inscrição "République Française" milagrosamente contados para o número de eleitores. Um caderno com o registo dos mesmos. Folhas A5 com o nome dos dois candidatos a presidente francês e uma lanterna. "Para o caso de faltar a luz poder-se votar na mesma".
Cada urna tem duas chaves. Uma entregue ao presidente da mesa de voto, outra distribuída, através de um sorteiro, a outro voluntário. Isto é o que é preciso para que os franceses decidam quem querem como presidente. A candidata da extrema-direita Le Pen ou o europeísta Macron?

As urnas fecham às 20h. Pouco depois irá saber-se quem sucederá a Hollande, o presidente que não quis mais sê-lo.
Carlos de Sousa, vereador independente, apoiante de Macron, da câmara de Cormeilles en Parisis, mostrou-nos aquilo que poucos vêm e que tão pouco sabem.
Nesta mesa de voto estão inscritos cerca 754 eleitores, na cidade estão muitos mais, 16 mil e onde 670 são portugueses.
As urnas, transparentes “para vermos os envelopes” possuem um contador na ranhura para que cada envelope que entre seja contado.  
Como acontece em Portugal, cada pessoa que entre na sala de voto com o intuito de exercer o seu dever cívico, deverá trazer consigo o seu bilhete de identidade e o seu cartão de eleitor. No caso destas eleições, e por só haverem dois candidatos, ser-lhes-á entregue dois papéis. “Emmanuel Macron” e “Marine Le Pen”. Dentro do envelope, de cor castanha, deverão colocar o nome que querem que seja o próximo presidente francês. Para o outro papel existe um caixote, muitíssimo bem identificado, como “caixote do lixo”.

Nas eleições francesas não se usam canetas, ao contrário do que acontece em Portugal.

França vota em estado de emergência

Estas eleições são as primeiras, depois da II Guerra Mundial, que França é chamada às urnas em estado de emergência e por isso todas as mesas de voto deste país, estão com um enorme controlo policial para que não haja “nada de anormal a acontecer no momento em que a população exerce o seu direito”, explica-nos o vereador Carlos de Sousa.

Estará, então, colocado à porta de todas as mesas de voto um cartaz com a seguinte mensagem: “Porta Condenada”. Ou seja, é uma porta que estará fechada, o que vai fazer com que as entrada e saídas das pessoas das salas de votos sejam feitas todas pela mesma porta. Estas normas fazem parte do plano “Vigipirate”. Plano criado, em janeiro de 2015, pelo governo francês na luta contra o terrorismo.