Patxi López rejeita ‘caminhar’ com Sánchez rumo à liderança do PSOE

O Partido Socialista espanhol está à beira da divisão interna

Patxi López rejeita ‘caminhar’ com Sánchez rumo à liderança do PSOE

Ex-secretário-geral socialista propôs união das candidaturas para bater Susana Díaz nas eleições primárias do partido. Assinaturas apresentadas sugerem que o aparelho do PSOE está dividido.

«Quero estender a mão ao meu querido companheiro Patxi. Com todo o respeito e humildade, seria um orgulho e uma honra poder partilhar o caminho para construir um PSOE credível, coerente e de esquerdas». Foi com estas palavras que o antigo líder do partido socialista espanhol e agora candidato à liderança do PSOE, citado pelo El País, propôs a Patxi López a junção das duas candidaturas nas eleições internas marcadas para o próximo dia 21 de maio, a partir de Cádiz. E a elas Pedro Sánchez acrescentou uma lista com os 12 pontos do programa do político do basco que gostaria de poder incorporar na sua própria proposta para o futuro do maior partido de esquerda de Espanha, com vista à vitória sobre Susana Diáz, a terceira candidata.

Patxi López não divulgou a sua resposta, mas fontes da sua equipa, contactadas pelo El Mundo e Publico.es, garantiram que o candidato rejeita unir-se a Sánchez, nem que seja porque o antigo líder socialista – afastado do cargo em outubro do ano passado, no processo que culminou na aprovação do PSOE do novo Governo de Mariano Rajoy, depois de quase dez meses de bloqueio político – divulgou a proposta publicamente sem falar primeiro com o próprio.

Afogado numa das piores crises dos últimos tempos, o partido socialista espanhol vai a votos no final de maio para decidir quem será o próximo secretário-geral. A presidente da Junta da Andaluzia, Susana Diáz, conta com o apoio de seis governos autónomos e dezenas de secretários provinciais do partido, pelo que esperava que a influência junto do aparelho do PSOE se materializasse em número de assinaturas. A candidatura declarou, aliás, que iria esmagar os outros proponentes nesta fase do processo.

Mas os dados revelados pelo partido socialista, na sexta-feira, mostraram uma diferença relativamente curta sobre Sánchez. Diáz apresentou 59390 avales, ao passo que o ex-líder ficou-se pelos 53117 – Patxi conseguiu o apoio de 10866 militantes. Um saldo de pouco mais de seis mil assinaturas que dificilmente pode ser tido como revelador de um apoio incontestável do aparelho socialista a Susana Diáz.

Num primeiro balanço das assinaturas entregues, na quinta-feira, Pedro Sánchez já se tinha revelado «comovido» e o seu porta-voz, Santos Cerdán, mostrara-se igualmente satisfeito: «Nós não contamos com o aparelho, como contam outros candidatos, apenas colocamos uma mesa e formam-se filas de militantes para apoiar [Pedro Sánchez]», afirmou, citado pelo El Mundo.