O funcionário com o seu zelo homofóbico já foi posto a correr. Deixou de prestar os seus serviços naquela superfície comercial assim que chegou aos ouvidos da administração que tinha usado de uma táctica de intimidação para levar um casal gay a abandonar o centro comercial Plaza de la Estación e Fuenlabrada (cidade onde residem 194 mil habitantes). Mas Cristopher Benítez González, o jovem de 20 que foi alvo, junto com o namorado de 18 anos, da perseguição deste segurança deu uma entrevista ao "El País" em que deixa claro que não vai deixar a coisa ficar por aqui. Pretende fazer do caso um exemplo e quer que sejam apuradas responsabilidades, de forma a que o ataque homofóbico que sofreu não volte a repetir-se.
"O segurança seguiu-nos ao longo de mais de 20 minutos até que finalmente nos dirigimos a ele e dissemos que não estávamos a fazer nada de mal.", disse González. Apesar daquele segurança ter sido excluído do serviço de vigilância ao centro, a gerência deste não é a entidade empregadora, limitando-se a contratar os serviços da empresa de segurança com quem aquele funcionário mantém um vínculo laboral.
Chama-se Ariete esta empresa, e, contactada pelo diário espanhol, defendeu o seu funcionário, garantindo que a descrição dos acontecimentos feita pelo casal gay não foi fiel à verdade. Segundo a empresa, foram os dois namorados que se meteram no caminho do segurança e que ainda o insultaram. Terá sido isto o que levou o segurança a obrigá-los a sair do centro comercial. A empresa recusou ainda a denúncia de que existam códigos para expulsar outros clientes – ciganos, norte-africanos e romenos – como foi dito às autoridades nalguns dos testemunhos que recolheram.
González começou por recorrer às redes sociais para denunciar o assédio de que ele e o namorado foram alvo. Depois de serem expulsos pelo homem que descreve como "corpulento, alto e de cerca de 40 anos", diz que simplesmente se conformaram e foram para casa. Mas a revolta cresceu depois, e na sequência da participação que fizeram do sucedido junto da sua rede de amigos, a queixa acabou por chegar ao Observatório Madileno contra a Homofobia, que entrou em contacto com eles. Foram os responsáveis desta organização que defende as minorias LGBT que os encorajaram a apresentar queixa na polícia e inclusivamente acompanharam o casal até à sede da Policía Municipal de Fuenlabrada.
González admite que no dia em que o ataque ocorreu se sentiu não só muito envergonhado mas também completamente impotente. Adiantando que nunca tinha passado por algo semelhante, reconhece que o gerente do centro comercial foi impecável com ele, convocando-o e ao namorado para declarar-lhes todo o seu apoio. Informou-os também de que o tal segurança deixou imediatamente de prestar os seus serviços naquele centro comercial.