O clérigo islâmico Mohamad Al-Arefe solicitou à FIFA a instituição de uma lei que proíba os futebolistas de fazer comemorações cristãs na hora de festejar os golos. A ideia foi lançada no Twitter, rede social onde o sheik saudita tem quase 18 mil seguidores, e foi desde logo aclamada e partilhada por centenas de muçulmanos.
"Vi um vídeo de jogadores de futebol a correr, a rematar e quando marcam fazem o símbolo da cruz no peito! A minha pergunta é: por que é que as regras da FIFA não proíbem isso?", questionou o influente líder religioso, embora não atacando diretamente o cristianismo.
Houve, como já se disse, uma enorme aceitação por parte dos seus seguidores, como é possível ver na caixa de comentários. "Respeitado sheik, infelizmente as regras deles só são aplicadas aos muçulmanos e ninguém protesta sobre isso. Pelo contrário, ficam mudos como um túmulo", podia ler-se num deles. Outros, porém, discordam. "Salah [extremo egípcio da Roma] e outros ajoelham-se para rezar quando marcam um golo e ninguém os castiga. Deixem o desporto para aqueles que lidam com ele", lembrou outro internauta.
Esta polémica, na verdade, já não é de agora. Depois de, nos festejos da vitória no Mundial 2002, os jogadores do Brasil terem comemorado o título mundial com camisolas que agradeciam a Deus e exaltavam o nome de Jesus, a FIFA passou a proibir todo o tipo de inscrições nas camisolas que os futebolistas vestem por baixo do equipamento de jogo "por respeito às outras religiões", de acordo com Andreas Herren, então o responsável pela comunicação do organismo que rege o futebol mundial.
Já em 2010, antes do Mundial da África do Sul, a FIFA enviou um comunicado às federações participantes na prova para apelar à inexistência de mensagens religiosas durante o evento.