Rali de Portugal. Ogier faz o penta, iguala Markku Alén e chega à 40ª vitória no WRC

Piloto francês conseguiu o primeiro triunfo ao volante de um Ford Fiesta, numa prova que contou com sete líderes – e Ogier foi o último. No fim, fez a festa, batendo o belga Thierry Neuville por 15,6 segundos

Sébastien Ogier é o novo vencedor do Rali de Portugal. Novo, como quem diz: é certo que não o foi nas últimas duas temporadas, mas esta é já a quinta vitória do piloto francês, tetracampeão mundial, na prova lusa. Com este triunfo, o seu primeiro no norte do país e sem ser ao volante de um Volkswagen (conduz agora um Ford Fiesta), igualou o histórico piloto finlandês Markku Alén, reforçando a liderança do Mundial de Ralis: tem agora mais 22 pontos que Thierry Neuville (Hyundai i20), precisamente o segundo classificado em Portugal. Dani Sordo, da mesma equipa, ficou em terceiro, numa prova que teve sete líderes diferentes.

Ogier, curiosamente, foi o último. Agarrou a liderança na PEC 12, no sábado, conseguindo 16,8 segundos de vantagem sobre Neuville, e geriu-a muito bem durante a prova de ontem, batendo no final o belga por 15,6 segundos. “É fantástico estar de volta ao primeiro lugar. Foi diferente da Argentina [quarto lugar]. Tivemos um carro novo e ganhámos”, realçou Ogier, salientando o facto de ter chegado à 40ª vitória no WRC: “Hoje há imenso simbolismo. Durante os reconhecimentos eu achava que não iria conseguir lutar pela vitória, pensava que tínhamos uma tarefa demasiado dura pela frente. Mas tivemos belas batalhas durante o fim-de-semana, inclusive com o nosso companheiro de equipa. É verdade que tivemos um carro novo nas duas vitórias este ano. Agora é fácil saber o que fazer! Mas tal como aconteceu no ano passado acho que a classificativa de Ponte de Lima é o ponto decisivo do rali, é extremamente dura.”

No discurso pós-vitória, Ogier lembrou ainda a ligação a Portugal, que se estende para lá desta prova – tem dois mecânicos lusos. “Estou habituado a trabalhar com portugueses. Já nos tempos da Volkswagen tinha técnicos portugueses, são pessoas muito competentes e por vezes um pouco emotivas. Obrigado a toda a equipa”, agradeceu o francês.

 

gilbert capotou duas vezes Nas quatro especiais de ontem, o francês entrou à defesa em Fafe, atacou em Luilhas, geriu em Montim e controlou na Power Stage (Fafe 2), que foi ganha pelo companheiro de equipa na M-Sport, Ott Tanak.

A etapa ficou ainda marcada pelo acidente do francês Quentin Gilbert, que capotou após o salto da Pedra Sentada, no troço de Fafe, interrompendo a 16ª especial. Gilbert, que seguia no 16º lugar da geral, o quarto entre os WRC2, aterrou “de nariz” e capotou por duas vezes, ficando atravessado no troço, perto do final da prova especial de classificação. O incidente, depois de terem passado todos os pilotos da principal categoria, interrompeu a especial, levando a que o romeno Simone Tempestini (Citroen DS3 R5) tivesse de travar de imediato antes de investir no salto, após alguns sinais aflitivos de Gilbert e do seu navegador, Renaud Jamoul, que aparentemente acabaram por sair ilesos.

Via @RallySolo mais um ângulo da aterragem de Gilbert em Fafe #RallyPortugal #WRC pic.twitter.com/lvpSW98RP8

— WRCRali@RTP (@RaliRTP) 21 de maio de 2017

O acidente obrigou a que o arranque para Montim, a penúltima especial do Rali de Portugal, tenha sido atrasado em 35 minutos. “Na sequência do acidente de Gilbert, que interrompeu a etapa, a organização está a reagrupar os carros antes da 18ª especial”, explicou então fonte da organização.