Se o projeto na capital é inovador, desde 2012 que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa acumula capital de experiência na área dos cuidados continuados. A primeira Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos da SCML surgiu há cinco anos na aldeia de Juzo, no concelho de Cascais. Recebeu o nome de Maria José Nogueira Pinto, num gesto de agradecimento e homenagem à antiga provedora da Santa Casa que desapareceu em 2011.
A unidade conta com 72 camas de internamento, num projeto que foi financiado pela Lotaria o Natal e contou com um investimento de nove milhões de euros. A principal missão é prestar cuidados de saúde prolongados aos doentes nas diferentes fases de evolução da doença, contribuindo também para a recuperação em situações de perda transitória de autonomia, potencialmente recuperável, e em que além de cuidados clínicos e de reabilitação é necessário apoio psicossocial.
No ano passado, a 12 de setembro, esta unidade passou a fazer parte da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) na tipologia de Média Duração e Reabilitação, tendo sido contratualizadas 12 camas com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e com o Instituto de Segurança Social. Estas vagas passaram a ser a primeira resposta de internamento na RNCCI disponível no concelho de Cascais, numa altura em que a região de Lisboa continua a ter algumas lacunas na resposta.
Já em novembro de 2016 a Santa Casa aliou-se ao IPO de Lisboa, com um protocolo que visa a prestação de cuidados paliativos em regime de internamento a doentes referenciados pelo instituto de oncologia.
No ano passado passaram pela Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos Maria José Nogueira Pinto 83 doentes, a maioria com idade superior a 65 anos. Além das sessões de fisioterapia, terapia da fala e terapia ocupacional, o serviço de psicologia realizou mais de 6000 intervenções.