Saúde Mais Próxima. A medicina de proximidade posta em prática

No ano passado, o projeto de sensibilização e rastreio de doenças chegou a 14 mil lisboetas. Levam saúde à cidade, seja à porta de uma estação de metro ou num jardim de bairro

Para quem vive em Lisboa, as carrinhas da Santa Casa da Misericórdia serão uma presença habitual. Mas além das que indicam transporte de doentes, há um outro projeto que percorre diariamente as ruas da cidade sobre quatro rodas. Chama-se “Saúde Mais Próxima” e foi lançado em 2012. 

A ideia é chegar à comunidade: sair do gabinete e ir à procura da população, sensibilizando para estilos de vida saudáveis e contribuindo, assim, para a prevenção de doenças. Mas o objetivo é também despistar precocemente problemas que podem passar despercebidos ou ser desvalorizados pelos seus portadores.

Ao longo de cinco anos, o projeto tem mantido a mesma máxima: seja qual for a mensagem, as carrinhas percorrem as 24 freguesias da cidade para que todos tenham a oportunidade de a ouvir. 

A intervenção situa-se principalmente em bairros históricos e municipais da capital. Diariamente, num ponto ou noutro da capital – seja à porta de uma estação de metro ou num jardim de bairro – há ações de rastreio e de sensibilização sobre as doenças crónicas que afetam a maioria da população, dos problemas cardiovasculares à deteção de anemia, doenças respiratórios ou rastreios na área da oncologia. 

Outra a aposta do projeto tem sido a Educação Para a Saúde, seguindo as orientações da Organização Mundial de Saúde. “Prevenir e Educar” é o mote e a Saúde Mais Próxima pretende, nesta vertente, promover hábitos de vida saudáveis e ensinar a população a cuidar da sua saúde, reforçando assim a literacia para a saúde, um dos desafios da saúde em Portugal, com uma população envelhecida, e que levou o ministério da Saúde a lançar no ano passado o Programa Nacional para a Saúde, Literacia e Autocuidados.

Na Santa Casa, que desde a sua fundação procura aliar o lado curativo da medicina à prevenção, as duas dimensões estão sempre presentos. E como está tudo ligado, sempre que há um contacto com um utente, mesmo que seja para entregar uma brochura, se é  detetada alguma alteração fisiológica, a equipa encaminha o cidadão para o médico assistente e acompanha a evolução da situação, para que as portas abertas pela Saúde Mais Próxima tenham continuidade levem de facto a uma maior assistência.

Desde 2012, o projeto já realizou campanhas no âmbito das doenças respiratórias, obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose, prevenção do cancro da pele, acidente vascular cerebral, demências e anemia. No ano passado, chegaram a 14 mil lisboetas, com quase 13 mil consultas de enfermagem e 256 sessões de Educação Para a Saúde.