Uma equipa internacional de investigadores de quatro países criou um ‘transporte’ de quimioterapia que consegue chegar ao local exato de produção de células cancerígenas, aumentado o impacto do tratamento e que não tem quaisquer efeitos secundários noutros locais, avançou a Universidade de Coimbra.
"As nanopartículas que transportam a quimioterapia permanecem inativas até serem ativadas na chegada ao "nicho leucémico", local da medula óssea onde se encontram as CEC que dão origem a todas as células da leucemia", explica a Universidade de Coimbra.
Esta ativação é realizada pelo controlo remoto, através da projeção de luz azul sobre as nanopartículas que transportam a quimioterapia.
A investigação, publicada na revista Nature Communications, descreve “uma formulação de nanopartículas aplicada em ratinhos com leucemia que se foca no papel do "nicho leucémico" na progressão da doença" e na resistência à quimioterapia. O nicho é altamente protetivo das células estaminais leucémicas que aí se encontram, tornando difícil a sua erradicação através da quimioterapia convencional", acrescenta a UC.
Segundo Lino Ferreira, um dos coordenadores da equipa de investigação para este projeto, "este tipo de tecnologia pode vir a ser utilizado num contexto terapêutico através da utilização de moléculas sensíveis à luz com infravermelho, cuja radiação é menos energética, mas mais segura para utilização no organismo que a luz azul".