Os Master of Business Administration (MBA) chegaram a Portugal no início dos anos 80, precisamente com 80 anos de atraso face aos Estados Unidos, o berço destes cursos de formação avançada. Mas, este gap de oito décadas parece que tem vindo a ser recuperado nos últimos anos. Há cada vez mais MBA portugueses a marcar posição nos rankings internacionais, o número de alunos portugueses e estrangeiros que procura MBA em Portugal tem vindo a aumentar e tudo isto faz com que as escolas de negócios e as instituições de ensino superior afinem a sua oferta, num mercado que é cada vez mais competitivo.
E hoje – de acordo com os alunos de MBA e com os responsáveis dos sete programas ouvidos pelo SOL – são várias as vantagens em tirar um MBA, que não confere grau académico, face a um mestrado ou doutoramento. Desde logo, segundo as páginas oficiais destes cursos, a taxa de empregabilidade e de mudança de emprego de um aluno que tenha MBA, ficam sempre, no geral, acima dos 50%.
Por outro lado, o MBA «é uma formação prática de como gerir uma empresa, focando hard e soft skills com a componente da turma ser muito diversificada», sublinha Ana Lúcia Conceição que está a frequentar curso de formação avançada do ISEG. O que é, no entender da product manager na indústria farmacêutica, «um fator determinante para percebermos outros pontos de vista e outras formas de pensar».
Experiência internacional
Além do networking e da troca de conhecimentos e de diferentes experiências profissionais, os alunos ouvidos pelo SOL salientam ainda a «cereja no topo do bolo» enquanto frequentam o MBA: fazer parte do curso em universidades ou empresas no estrangeiro.
No caso do ISEG, – um dos primeiros MBA a arrancar em Portugal, em 1984 – os alunos passam uma semana numa das principais incubadoras de empresas a nível mundial, Silicon Valley, nos Estados Unidos. No caso do Magellan MBA da escola de negócios da Universidade do Porto, os alunos realizam parte do curso na Gisma Business School, em Hanover, e no MBA desenhado pelo ISCTE, os alunos frequentam a HEC, uma das escolas de negócios mais reconhecidas a nível internacional, em Paris. A experiência internacional também está prevista no MBA da AESE, com os alunos a passarem uma semana intensiva em Gurajat, na Índia, um dos principais viveiros de empreendedorismo, tendo aulas e assistindo a seminários no Instituto indiano de Gestão de Ahmedabad. Há ainda a possibilidade de frequentarem uma semana intensiva opcional no polo da escola de negócios espanhola IESE, que com frequência marca as primeiras posições dos rankings internacionais.
No caso do MBA do polo da Universidade Católica no Porto, o MBA Atlântico, os alunos frequentam durante três meses a Universidade Católica de Angola a que acrescem três meses na Católica do Rio de Janeiro.
Seleção mais apertada
Hoje, a oferta de MBA é diversificada. Entre politécnicos, universidades públicas e privadas e escolas de negócios, há em Portugal mais de 20 cursos MBA, em regime part-time ou a tempo inteiro.
A acompanhar o aumento da oferta está a procura. Ou seja, cada vez há mais alunos a candidatarem-se a um MBA. Muitos destes programas são lecionados em inglês, o que estende a procura a alunos estrangeiros, que também tem vindo a aumentar, havendo cursos de MBA em que um terço dos alunos são estrangeiros, apontam os números das escolas.
Mas o aumento da procura dos alunos não tem levado a que as escolas aumentem o número de alunos por edição. Pelo contrário, as escolas têm vindo a ser mais seletivas na hora das candidaturas dos alunos e muitas exigem já como pré-requisito alguns anos de experiência profissional. Além disso, há cursos que submetem os candidatos a provas e a entrevistas pessoais.