Frank-Jürgen Richter tem poucas dúvidas: «Portugal é o novo lugar para o diálogo global. E isso também significa investimento global».
Esta é a convicção do fundador da Horasis, uma organização internacional com sede em Zürich, Suíça, focada em promover ações viradas para um futuro sustentável, assente numa plataforma global de cooperação internacional entre mercados emergentes e desenvolvidos, e que organizou esta semana a sua primeira conferência em Portugal. O palco para esta incursão dos Global Meetings da Horasis fixou-se em Cascais.
Ao SOL, este ‘cidadão global’, nascido há meio século na Alemanha, justificou a realização do encontro: «O que aqui fazemos – tentando facilitar acordos, organizar reuniões, promover o país – acontece porque Portugal é o novo lugar para o diálogo global. E isso também significa investimento global».
Casado com uma portuguesa, Jürgen Richter lembrou também que foi o responsável por trazer para Portugal, há um ano, o «primeiro grande investidor indiano», uma farmacêutica cujo CEO «se apaixonou pelo país».
«E mais virão», afirmou com convicção aquele que é também o director executivo da Horasis, cujas conferências são conhecidas entre o mundo empresarial e os investidores como ‘míni-Davos’.
De acordo com o responsável pelo Horasis Global Meeting estiveram em Cascais «cerca de 50 empreendedores bilionários, entre chineses, europeus e americanos».
«É claro que o investimento vai acontecer, mas não gosto de fazer promessas», assegurou, adiantando ainda que, além daqueles grandes investidores, pela conferência passaram no total cerca de quatro centenas de líderes de empresas e personalidades de mais de quase 70 países.
A importância da conferência pode também medir-se pela presença das mais altas individualidades nacionais, designadamente o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, do primeiro-ministro, António Costa, do cardeal Peter Turkson, um dos homens-fortes do Vaticano, próximo do Papa Francisco, o antigo primeiro-ministro e ex-presidente da Comissão Europeia José Manuel Durão Barroso e o presidente do Banco Europeu de Investimento, Werner Hoyer.
Aproveitar saída do PDE para valorizar Portugal
A realização da conferência praticamente coincidiu no tempo com a recomendação da Comissão Europeia ao Conselho para a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo (PDE).
O tema foi aproveitado por vários oradores para ‘mostrar’ esta nova realidade do país aos empresários e investidores presentes no Estoril.
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, serviu-se do palco para manifestar a sua expectativa de que o rating de Portugal possa vir já a melhorar «ainda este ano ou no próximo».
O_mesmo pensamento e a mesma orientação passou por Carlos Moedas, o português que é Comissário Europeu para as áreas da Investigação, Ciência e Inovação: «Portugal ganhou credibilidade» com a saída do PDE.
Voltando a Caldeira Cabral, o responsável pela pasta da Economia reforçou durante um almoço-conferência que «os números do défice, do crescimento económico e do emprego este ano justificam, naquilo que é a análise normal dos ratings [avaliação], uma revisão».
«Não estamos a pedir nem a defender que nos façam um favor, mas só uma análise justa, e hoje Portugal está em melhor situação, com números muito mais positivos», lembrou o ministro.