Quando a adoração dos estrangeiros por Lisboa ainda era nota de rodapé, já o Alive se posicionava na linha da frente do turismo cultural estabelecendo canais de comunicação com o exterior. Espanha e sobretudo o Reino Unido são parceiros privilegiados e a semente tem dado fruto. Dez anos após a primeira edição, o festival é incontornável no roteiro europeu e permite-se a esgotar todas as modalidades de ingressos a dois meses de as portas abrirem.
Para este ano, são esperados 21 mil visitantes de fora. Números altos de um festival que dá cartas na economia. O impacto esperado é de 55 milhões de euros e é muito possível que muitos dos que cheguem de fora aproveitem a viagem para ficar mais alguns dias por Lisboa e arredores porque o sol não tem preço, a cerveja é mais barata que a chuva, a luz do Tejo deita-se tarde sobre o rio e uma semana de férias com passe para o NOS Alive é mais económica e higiénica que ir a banhos na lama em Glastonbury.
O cartaz está atento a estas movimentações. Jogam-se as cartas certas de Depeche Mode e Foo Fighters, lança-se um novo ás para a mesa com The Weeknd e chamam-se segundas linhas certeiras como The xx, Alt-J, Fleet Foxes, Phoenix, Rhye, The Kills, Warpaint e Imagine Dragons. Peaches dá uma aula de educação física, Bonobo põe a teoria à prova, os Floating Points dão o corpo e a alma e os Avalanches passam o protetor solar. A mudança não está tanto nos nomes mas na inflexão pop do primeiro dia de um festival educado pela vertigem do rock.
O EDP Fado Café volta a recriar uma casa de fado e nasce um “acãopamento” para que quem for ao Alive possa deixar os animais de estimação em boas mãos. Inscrições limitadas às vagas.
NOS Alive. Dez anos a passar dos limites
O NOS Alive entra a ganhar com bilhetes esgotados a dois meses do festival.