Em 2017, o Sudoeste já é mais velho do que muitos dos que o procuram para passar as primeiras férias de verão sem os pais.
Há vinte anos, o festival nascia com cartaz de respeito para a época: Blur,_Marilyn Manson, Suede, dEUS, Xutos & Pontapés, Da Weasel e Rio Grande davam o pontapé de saída na nuvem de pó. E o concelho que mais lixo produzia começava a fazer parte dos roteiros de verão.
Com a proliferação e especialização de festivais, também o Sudoeste escolheu uma via: a dos adolescentes._Nos últimos anos, a programação incidiu sobre os géneros favoritos dos mais novos. O rock desapareceu de cena. A música eletrónica maximalista explodiu. E o hip-hop, português e americano, fixou-se como o género com mais seguidores e fiéis conhecedores dos versos de fio a pavio.
A esta soma de correntes, o MEO_Sudoeste junta este ano a dimensão histórica. Os Jamiroquai – nome com ligações à Zambujeira do Mar, não só pelo concerto inesquecível de 2003, como por ter sido esse o momento em que Jay Kay conheceu o pai Luís Waddington, músico com ligaçãoes a José Cid e ao Quarteto 1111 nos anos 60. A banda voltaria ao lugar do crime em 2010 mas é este ano que mais se pressente o efeito nostálgico e a vontade de voltar a ouvir canções com história naquele palco como “Virtual Insanity”, “Cosmic Girl”, “Canned Heat”, “Deeper Underground” e “You Give Me Something”.
A memória surge então ao lado de nomes como os do rapper Lil’Wayne, de Mac Miller ou dos Chainsmokers, Matias Damásio, Martin Garrix, Dua Lipa, Dengaz e os Crystal Fighters.
Aos novos valores, é atribuído um palco protagonizado este ano por MGDRV, Grognation,_Valas, Isaura e Plutónio. No espaço reservado ao clubbing, os Orelha Negra voltam a ser curadores e levam Kappa Jotta, Wet Bed Gang, Bispo, DJ Big e Sensi. Além destes, passam noites na planície Piruka, Stereossauro, Profjam, Putzgrilla e Malabá, todos eles familiares a quem se move em rede.
Se o MEO Sudoeste goza as férias de verão, o Sumol Summer Fest comemora o fim das aulas. No fim de semana 30 de Junho e 1 de Julho, o festival insiste e reforça a aposta no hip-hop, e famílias próximas, propondo a estreia de Post Malone, o regresso de Sean Paul, Henriques de apelido antepassado português, o veterano Fat Joe, de êxitos como “Lean Back” e “All The Way Up”, e o recapitular da história do hip-hop português num concerto com várias escolas representadas, de Sam The Kid aos fundadores Black Company, de Capicua a Chullage, Holly Hood, Halloween, NBC, NGA._Sir Scratch e Tekilla. Os pratos são cozinhados por DJ Nel’Assassin.