Iván Fandiño (Orduña, País Basco, 1980) morreu este sábado, na praça Aire-Sur-l’Adour, situada no sudoeste da França. O toureiro estava a meio da lide quando foi obrigado a um movimento de defesa com a capa contra o touro de seu colega Juan del Álamo, mas escorregou, caiu no chão e o animal não perdoou. Pertencente à criação espanhola de Baltasar Ibán, o corno apanhou-o por trás, na zona lateral direita. O toureiro foi levado de imediato para o hospital de Mont de Marsan, mas não houve nada que os médicos pudessem fazer para salvar-lhe a vida.
"Apressem-se a levar-me ao hospital porque estou a morrer." Foram estas as últimas palavras pronunciadas por Iván Fandiño no fim do trajecto da ambulância para o hospital Layné de Mont de Marsan. Segundo o jornal francês "Sud-Oest", as palavras foram ditas ao toureiro francês Thomas Dufau, colega de Fandiño na corrida.
Sem tradição taurina na família, chegou a causar sensação como jogador de pelota basca quando ainda era adolescente, mas a paixão pelo toureio levou a melhor. Vestiu-se de luzes pela primeira vez em Llodio em 1999, e estreou-se com picadores na sua terra natal em 2002. Cortou uma orelha do touro na sua apresentação em Madrid, a 12 de setembro de 2004, quase um ano antes de destacar-se em Bilbao em 25 de agosto de 2005, com El Juli como padrinho e Salvador Vega como testemunha.O momento de glória na sua carreira de toureiro viveu-o a 29 de março de 2015, quando se fechou sozinho na arena de Las Ventas, com seis touros das chamadas ganaderías duras, as fazendas de criação de segunda linha: Partido de Resina, Adolfo Martín, Cebada Gago, José Escolar, Victorino Martín e Palha. Mas a façanha viria a custar-lhe caro. Desde esse dia, nunca mais mostrou a mesma audácia. Perdeu a postura de apaixonado, as empresas viraram-lhe as costas e, com a inesperada e trágica morte, não pôde recuperar prestígio que tinha ganho heroicamente na arena.