Num jogo que se decidiu nos pormenores, apesar da enorme entrega de Portugal, a experiência da selecção campeã da Europa em título acabou por se sobrepor nos instantes finais, que determinaram o resultado final: 26-29.
Foi já com a lotação quase esgotada que Portugal e Alemanha entraram em campo, no Pavilhão Multiusos de Gondomar, no jogo da quinta e penúltima jornada do Campeonato da Europa Seniores Masculinos Croácia 2018. Portugal entrou sem medos e Jorge Silva inaugurou o marcador. Os primeiros minutos foram de grande equilíbrio, até que a formação germânica conseguiu a primeira vantagem no marcador (2-4) e seguiu na frente, nos minutos que se seguiram. Aos 12 minutos, Portugal ficou a jogar em superioridade numérica e aproveitou para se aproximar da Alemanha, que ainda liderava o marcador; a meio da primeira parte, já com Hugo Figueira na baliza, os comandados de Paulo Pereira, alternando os sistemas defensivos, chegaram ao empate (9-9), depois de terem estado a perder por uma diferença de três golos, o que levou o treinador da Alemanha, Christian Prokop, a pedir o primeiro time-out da partida; ainda assim, o golo seguinte teve assinatura lusa de Fábio Antunes, que voltou a colocar Portugal na frente do marcador (10-9), diferença que Gilberto Duarte aumentou (12-10) aos 22 minutos. Com um golo com nota artística, Uwe Gensheimer reduziu (12-11), mas Portugal continuava a exercer grande pressão sobre os alemães, que cometiam algumas falhas técnicas, aproveitadas da melhor forma por Portugal que, aos 25 minutos, ganhava por 15-12. Com menos de três minutos para jogar, foi a vez de Paulo Pereira parar o tempo, mas foi a Alemanha que, com um parcial de 3-0, conseguiu chegar ao empate, desfeito por Daymaro Salina em cima do apito final e Portugal saiu para intervalo a ganhar por 16-15.
A formação germânica entrou a marcar duas vezes seguidas no segundo tempo, o que deu nova liderança temporária no marcador, depressa anulada por Portugal. A partir daí, o equilíbrio foi a nota dominante da partida, traduzido por sucessivos empates no marcador. Aos 9 minutos, Portugal voltou ao comando (20-19), mas os alemães não descolaram e mantiveram o resultado equilibrado. Ao meio da segunda parte de um jogo de nervos, as duas selecções estavam empatadas a 22 golos e o treinador alemão voltou a fazer parar o tempo. À entrada dos dez minutos finais, a intensidade do jogo mantinha-se mas, aos 21 minutos, Paulo Pereira deixou de poder contar com Salina, que foi excluído; Alfredo Quintana fez vibrar as bancadas no Multiusos de Gondomar ao defender um livre de sete metros, aos 22 minutos. A cinco minutos do fim, a Alemanha ganhava por 25-27 e, até ao final do jogo, Portugal já não conseguiu contrariar o forte poderio alemão, que segurou a vantagem até ao apito final e venceu por 29-26.
No final do jogo, em conferência de imprensa, Paulo Pereira destacou o brilhante desempenho de Portugal: "Dignificamos o país enormemente, vimos um apoio à selecção que eu nunca tinha visto desde que eu sei que existe andebol", começou por dizer. "No final do jogo tivemos de arriscar tudo e defender gente com 110 kg de peso e que corre muito, a arriscar tudo, a subir sempre na defesa, fazer uma defesa profunda, isso no final do jogo paga-se fisicamente. E, depois, é a diferença entre aquela bola que passa junto ao poste e não entra", refere o treinador, acrescentando que "estou extremamente satisfeito com este grupo de jogadores, pelo aquilo que eles têm feito e pela forma como mudaram o andebol português. Toda a gente agora diz: cuidado com Portugal", afirma, com orgulho.
Por sua vez, Christian Prokop elogiou o jogo rápido de Portugal e referiu que "tivemos muitos problemas na primeira parte. Portugal fez um jogo muito eclético e rápido, que não conseguimos travar. Na defesa cometemos muitos erros e sofremos 16 golos na primeira parte. Na segunda parte, melhorámos a defesa e jogámos com mais disciplina e estamos muito felizes por ter ganho este jogo", disse o treinador da Alemanha.
Pedro Portela, Gilberto Duarte e Fábio Antunes foram os melhores marcadores de Portugal, com quatro golos cada.