Os Salesianos de Lisboa estão a ser investigados pela Inspeção–Geral de Educação pela suspeita de fuga de informação sobre o exame nacional de Português do 12.o ano.
O colégio terá recebido a visita de uma equipa de inspetores por suspeitarem que a estudante que terá gravado a mensagem com a informação áudio será aluna daquela escola privada, avança o “Expresso”.
O Ministério Público e a Inspeção-Geral da Educação estão, desde a semana passada, a investigar a origem e a data da mensagem áudio de forma a apurar se houve fuga de informação antes da realização da prova. Caso fique comprovada a fuga antes do exame, está em causa a violação de segredo por parte da professora, que ficará em risco de ser expulsa da administração pública e pode enfrentar uma pena até três anos de prisão, de acordo com a lei.
De acordo com a denúncia divulgada pelo “Expresso”, a mensagem circulou entre os alunos dias antes da realização do exame.
Também o “Expresso” falou ontem com alunos dos Salesianos que garantiram que terão recebido a mensagem “através do WhatsApp pelo menos dois dias antes da prova”.
Uma semana depois da realização do exame por mais de 74 mil alunos, o Ministério da Educação continua em silêncio sobre o assunto. E o IAVE remete qualquer decisão para esta semana, depois de averiguada a data e a origem da mensagem. Por enquanto, diz apenas que “nesta fase, o processo está a entrar em fase de averiguação e estará em segredo de justiça, nada mais havendo por ora a declarar”.
Há, pelo menos, 20 anos que nenhum exame nacional é anulado. Caso a prova seja anulada todos os alunos terão de repetir o exame.
A alegada fuga está a ser investigada desde a passada terça-feira depois de ter chegado ao seu conhecimento a gravação áudio de uma aluna que relatava todos os tópicos que iriam sair no exame. E os tópicos coincidiram com o que acabou por sair no exame. De acordo com a gravação da aluna, que não se identifica, o conteúdo do exame terá chegado aos alunos através de uma explicadora que é também presidente de um sindicato.
“Ó malta, falei com uma amiga minha cuja explicadora é presidente do sindicato de professores, uma comuna, e diz que ela precisa mesmo, mesmo, mesmo só de estudar Alberto Caeiro e contos e poesia do século XX. Ela sabe todos os anos o que sai e este ano inclusive. E pediu para ela treinar também uma composição sobre a importância da memória…”, ouve-se na mensagem. Ana Petronilho