Armas roubadas são usadas contra veículos e edifícios

Ministro da Defesa, Azeredo Lopes, admitiu que se trata de um incidente ‘grave’. Armamento poderá ser colocado à venda no mercado negro internacional.

Foi o maior assalto de sempre a uma instalação militar. Ao todo, várias granadas de mão ofensivas, munições de 9mm, «granadas foguete anticarro» granadas de mão de gás lacrimogéneo, explosivos e «material diverso de sapadores como bobines de arame, disparadores e iniciadores» foram roubadas na passada quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos.

O sistema de videovigilância desta instalação militar está avariado há dois anos, refere o Diário de Notícias. A rede que circunda o espaço terá sido cortada e terá sido por aí que os assaltantes terão entrado na zona do paiol. 

Situação ‘grave’

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, já considerou este um caso «grave», assegurando que «não ficará nada por levantar».

Fontes policiais citadas pelo mesmo diário afirmam que, neste momento, a maior preocupação das autoridades é que o material roubado caia nas mãos de organizações criminosas internacionais ou de grupos terroristas. Isto porque, de acordo com as mesmas fontes, este armamento de guerra não tem escoamento no circuito nacional de criminalidade, sendo apenas lucrativas no mercado negro internacional. Apenas as 1500 munições poderão despertar o interesse de grupos criminosos nacionais.

A Polícia Judiciária Militar está a investigar o caso. Uma das preocupações iniciais é verificar o material existente nos outros 14 paióis do quartel, por forma a averiguar se houve roubo de inventário anteriormente.

Reconstrução de vedação autorizada por ministro

O Ministério da Defesa Nacional autorizou, a 5 de junho, uma despesa de 316 mil euros mais IVA para a reconstrução da vedação dos Paióis Nacionais de Tancos, segundo um despacho hoje – 25 dias após a aprovação – publicado em Diário da República.

No despacho, que tem a data de 5 de junho, é manifestada a «prévia concordância» do ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, à autorização do lançamento daquela empreitada que visa a «reconstrução da vedação periférica exterior no perímetro norte, sul e este dos Paióis Nacionais de Tancos», em Vila Nova da Barquinha.

«Considerando que com a concentração das funções logísticas numa mesma infraestrutura e a consequente rentabilização de sinergias, se torna fundamental o lançamento do procedimento pré-contratual que permita a execução da empreitada de obra pública», lê-se no documento.

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