O roubo do material de guerra em Tancos acabou mesmo por provocar "baixas". Já na noite deste sábado, o Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, anunciou na RTP ter exonerado cinco chefias militares. "Não quero que haja entraves às averiguações e decidi exonerar os cinco comandantes das unidades que de alguma forma estão relacionadas com estes processos", anunciou o general, explicando ter tomado esta decisão "por uma questão de clareza e para não interferirem com o processo de averiguações até se esclarecer".
Três dos oficiais demitidos são os comandantes dos regimentos de Paraquedistas, de Engenharia Militar e de Infantaria de Tomar. Os outros dois foram os comandantes da unidade de apoio da Brigada de Reação Imediata e da Unidade de Apoio Geral de Material do Exército, segundo revelou Rovisco Duarte em entrevista à RTP.
Este anúncio chega, recorde-se, poucas horas depois de Pedro Passos Coelho, líder do PSP e ex-Primeiro-Ministro, ter manifestado surpresa por ainda não ter havido exonerações ou pedidos de demissão neste caso. Azeredo Lopes, ministro da Defesa, já tinha assumido a "responsabilidade política" após o furto de material de guerra em Tancos pelo "simples facto de estar em funções".
Ao início da tarde, o próprio Chefe do Estado-Maior do Exército tinha reconhecido, em declarações à SIC, que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha "conhecimento do conteúdo dos paióis" e admitira mesmo a possibilidade de fuga de informação. "Para haver algo deste género tem de haver informação interna", assumiu, acrescentando que, além da investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e pela Polícia Judiciária, vai decorrer um inquérito no Exército para apuramento de eventuais responsabilidades.