O governo de Malta apresentou esta segunda-feira uma proposta para legalizar o casamento entre casais homossexuais e modificar a linguagem da lei do matrimónio no sentido de usar termos sem género específico, abrindo um novo capítulo num país profundamente católico – o divórcio só foi legalizado em 2011 – que, no entanto, passou nos últimos anos para lugares de liderança mundial no que diz respeito aos direitos da comunidade LGBT.
“Malta quer continuar na frente dos temas LGBT e liberdades civis, de maneira a poder ser um exemplo para o resto do mundo”, disse à BBC o líder trabalhista e primeiro-ministro de Malta, Jospeh Muscat, saído há um mês de uma vitória eleitoral contra o partido conservador de centro-direita, que, no entanto, já assegurou que vai aprovar a nova lei do casamento – apesar dos rumores de fraturas e desagrado.
Várias figuras no Partido Nacionalista manifestaram desagrado com a lei, dizendo que é demasiado progressiva e que a limpeza de termos com género próprio é descaracterizadora. “A partir de agora ninguém pode chamar aos seus pais ‘mãe’ e ‘pai’ porque não está na lei”, lançou no Parlamento David Agius, dos conservadores. “É suposto passarmos a celebrar o ‘dia da pessoa que deu à luz’ em vez do Dia da Mãe?”