José Fragoso dirigiu três televisões e um dia disse «Basta». No fim de 2012, acabou a pedir a demissão do cargo de director-geral de conteúdos da TVI e nunca ninguém percebeu bem porquê. Na entrevista que dá ao SOL deste sábado, Fragoso conta tudo sobre a sua saída da TVI e a sua posterior ida para Angola. Agora, regressou a Portugal e lançou a revista mensal Food and Travel.
É muito crítico da televisão que se faz agora em Portugal e não compreende porque é que em Portugal todas as televisões transmitem ao mesmo tempo debates sobre futebol (“É tudo uma mesmice”). A RTP, na sua opinião, está mesmo “a caminho da irrelevância”. De resto, acha que a surpresa que constituiu a queda de vários bancos em Portugal só pode ter acontecido “porque os jornalistas de economia estiveram a dormir” e “andavam distraídos”.
A entrevista de vida publicada nesta edição do SOL começa com a sua adolescência em Caldas da Rainha, onde era jogador de futebol federado (jogou com José Mourinho), passa pelo início da idade adulta, quando foi um dos fundadores do Público e da TSF (e depois da SIC), e vai aos tempos presentes. É um testemunho fundamental de um homem que, apesar de ter tido cargos de poder em três televisões, raramente deu entrevistas ou fugiu à sua proverbial discrição.