Golfe. Portugueses no top 20 na Noruega

«Queríamos mais, mas não nos podemos esquecer-nos do trabalho desenvolvido ao longo de décadas pelos outros países»

Daniel da Costa Rodrigues e Gonçalo Teodoro terminaram ontem (Sábado) no top-20 do European Young Masters, o Campeonato da Europa de sub-16 (individual), organizado pela Associação Europeia de Golfe.

São classificações positivas entre 57 jogadores da elite masculina europeia. No setor feminino, Leonor Medeiros e Sofia Barroso Sá concluíram a prova, respetivamente, nos 37º e 47º lugares, entre 54 jogadoras.

Na tabela coletiva, a menos importante, Portugal tinha conseguido entrar no top-10 no final do segundo dia, mas acabou por fechar no 17º posto entre 27 países.

Daniel da Costa Rodrigues totalizou 216 pancadas, igualando o Par do Oslo Golfklubb, na Noruega, apresentando voltas de 69, 69 e 78; Gonçalo Teodoro somou 219 (70 72 77), 3; Leonor Medeiros adicionou 239 (83 76 80), 23; e Sofia Barroso Sá agregou 250 (70 79 81), 34.

As enormes prestações de Daniel da Costa Rodrigues nos dois primeiros dias e as boas exibições de Gonçalo Teodoro fazem com que o último dia de competição possa ter um sabor amargo, dado que perderam ambos 10 posições.

Sobretudo o caso de Daniel da Costa Rodrigues que partiu para a última volta a lutar pelo título, na 3ª posição.

No entanto, olhando para a uma análise global, é forçoso reconhecer que se no início da semana se dissesse que teríamos dois portugueses no top-20 do Europeu, o balanço seria positivo.

Há que contextualizar que os dois portugueses participaram pela primeira vez na prova. Vale a pena recordar que Pedro Lencart, 6º classificado no ano passado, quando já era um dos melhores sub-16 da Europa, tinha sido 17º em 2015 e 31º em 2014.

No caso do torneio feminino, é sempre de sublinhar que Portugal jogou com duas sub-14 num Europeu de sub-16!

O selecionador nacional, Nelson Ribeiro, que acompanhou os jogadores à Noruega, fez o seguinte balanço para o Gabinete de Imprensa da FPG:

«Considero que o European Young Masters foi uma semana com pontos positivos. Queríamos mais, mas não nos podemos esquecer-nos do trabalho desenvolvido ao longo de décadas pelos outros países.

«Até atingirmos um nível médio de resultados equiparados às melhores seleções da Europa, precisamos de mais maturidade competitiva.

«Sem semanas consecutivas de competição é complicado chegar a momentos chave e ter a capacidade de tomar a decisão certa no momento certo.

«Refiro-me à capacidade de desenvolver e manter rotinas de organização pessoal como rotinas de aquecimento, de análise do jogo, de recuperação física, de estratégias corretivas face ao último resultado. A um conjunto de variáveis que os atletas que viajam constantemente já têm como dado adquirido, e que nós, devido a participações intermitentes, não conseguimos atingir esse nível de maturidade.

«Resta-nos procurar estratégias que permitam-nos ter uma seleção nacional o mais estável possível dentro dos recursos que temos disponíveis».