A taxa de desemprego em Portugal está abaixo da média da zona euro pela primeira vez desde 2006.
O Eurostat revelou ontem que entre os países que partilham a moeda única, o desemprego baixou para os 9,1% em junho – o valor mais baixo desde fevereiro de 2009 – e, em Portugal, de 9,2% para os 9%. Desde fevereiro de 2006 que o número não era tão reduzido. Naquele mês foi de 8,8% na zona euro e 8,6% em Portugal.
Os dados do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia (UE) mostram ainda que a taxa de desemprego na união permaneceu, em junho, no mesmo valor de maio – 7,7% –, o mais baixo desde dezembro de 2008.
A estimativa do Eurostat é de 18,725 milhões de pessoas sem emprego nos 28 Estados-membros da UE, das quais 14,718 milhões na zona euro.
Comparando com maio, há menos 183 mil pessoas desempregadas na UE e menos 148 mil na zona euro.
Estónia é exceção
Em relação a junho de 2016, o desemprego baixou em todos os países europeus exceto na Estónia, onde o valor subiu de 6,5% para 6,9%.
As quebras maiores foram em Espanha (de 19,9% para 17,1%) e na Croácia (de 13,3% para 10,6%).
Entre os 28 Estados-membros da UE, as taxas de desemprego mais baixas em junho foram registadas na República Checa (2,9%), Alemanha (3,8%) e Malta (4,1%), enquanto as mais altas se verificaram na Grécia (21,7%) e Espanha (17,1%).
Em relação ao desemprego jovem – pessoas com menos de 25 anos –, o Eurostat revela que a taxa está nos 18,7% nos 19 países da moeda única e nos 16,7% na UE. Na zona euro, em maio, a taxa era de 19%, e em junho do ano passado de 21%. Na UE era 18,8% há um ano e 16,9% há dois meses.
As taxas de desemprego jovem mais altas são as da Grécia (45,5%), Espanha (39,2%) e Itália (35,4%). Em Portugal, em junho, a taxa estava nos 23,4%, que compara com os 26,7% homólogos e os 23,9% de maio.
Inflação estável
Também ontem, o Eurostat revelou os dados da inflação da zona euro. No mês passado, o índice de preços no consumidor estabilizou nos 1,3%.
A estimativa do gabinete de estatísticas da UE aponta para a energia como o setor no qual os preços mais subiram em julho (2,2%, face aos 1,9% de junho), seguindo-se o dos serviços (1,5%, que compara com os 1,4% de junho) e o da alimentação, álcool e tabaco (inflação estável nos 1,4% na variação mensal).
No setor dos bens industriais não energéticos, a inflação passou dos 0,4% em junho para os 0,5% em julho.
Os números relativos ao índice de preços no consumidor vêm dar razão ao Banco Central Europeu (BCE), que manteve os juros e o programa de estímulos à economia, nomeadamente o programa de compra de dívida.
No final da reunião de 20 de julho, o presidente do BCE disse que faltam sinais convincentes de recuperação sustentada da inflação que justifiquem uma alteração da atual política.
Na altura, Mario Draghi descartou a possibilidade de novidades em setembro – quando são divulgadas novas previsões macroeconómicas –, comprometendo-se apenas a debater o tema no outono.