Neymar: O mais caro da história

O PSG pagou a cláusula de rescisão (uns impressionantes 222 milhões de euros) e Neymar passou a ser o jogador mais caro de sempre do futebol mundial, deixando o Barcelona estarrecido.

Está consumada a maior transferência de sempre no futebol mundial – com um grande avanço. O Paris Saint-Germain aceitou desembolsar uns impensáveis 222 milhões de euros para cobrir a cláusula de rescisão de Neymar com o Barcelona e o avançado brasileiro nem hesitou, apesar de saber que dessa forma perderia o direito aos 26 milhões de euros de prémio de assinatura que ficaram acordados aquando da sua renovação com os Blaugrana até 2021 em outubro do ano passado.

Na verdade, dinheiro é coisa que não vai faltar a Neymar em França. Por cada um dos cinco anos de contrato com o PSG, o internacional canarinho vai ganhar a módica quantia de 30 milhões de euros, qualquer coisa como 2,5 milhões… mensais, 580 mil euros por semana, 83 mil euros por dia, 3,5 mil euros por hora, 58 euros por minuto. Uma perfeita loucura. Que, ainda assim, não terá sido o motivo da decisão do jogador de se mudar para o novo clube – pelo menos tendo em conta as palavras do próprio, na conferência de Imprensa de apresentação em Paris. «Vim porque queria novos desafios. Não procuro protagonismo. Nunca procurei isso. Procuro apenas títulos e desafios. O meu coração pediu-me para vir. Foi muito complicado: pensei muito, debaixo de grande pressão. Foi das decisões mais difíceis que tomei na vida. Dinheiro? Quem diz isso não sabe nada da minha vida. Não me movo por dinheiro, mas sim pela minha felicidade. Lamento que as pessoas pensem assim, mas estou muito feliz por chegar ao PSG, é um grande clube e Paris é uma cidade fantástica», atirou o «melhor jogador do mundo» – no entender do seu novo presidente, o magnata Nasser Al-Khelaifi.

Para trás, ficaram quatro anos de muitos golos, títulos e jogadas que deliciaram os amantes do futebol. O trio MSN, formado com Messi e Luis Suárez, fica agora desfeito, com os adeptos Blaugrana a comparar mesmo a decisão de Neymar com a de Figo em 2000, quando trocou o Barça pelo Real Madrid. Joan Gaspart, o presidente de então, foi perentório: «Maradona e Ronaldo eram melhores que Neymar e saíram com dignidade, sem fazer tanta comédia e tantos joguinhos. Não gostei nada da atitude que teve com o clube, com os sócios e com os companheiros. Fez demasiado folclore, demasiado jogo ‘quero-te, não te quero’. Pois agora quem não o quer somos nós. Ponto final. Decidiu brincar connosco durante um mês a jogar ao jogo do ‘malmequer’ para no final sair do clube. Figo estava sozinho e agora vai estar acompanhado por Neymar.» O brasileiro, obviamente, não concorda. «Não fiz nada de errado e fico triste por pensarem que sou um traidor. Tenho muito carinho por todos os adeptos do Barcelona e respeito-os a todos. Fiz história no clube, ajudei a equipa da melhor maneira que consegui e juntos conquistámos muitos títulos. Não posso fazer todos felizes», sentenciou.

Já está a render

E se o PSG pagou uma soma astronómica para poder contar com Neymar – que motivou mesmo uma insólita recusa da Liga espanhola em aceitar o cheque dos advogados do jogador, bem como queixas endossadas à UEFA relativas ao fair-play financeiro -, a verdade é que o clube já está a faturar substancialmente com a contratação. Na manhã de sexta-feira, eram centenas os adeptos nas filas das lojas do clube, no Parque dos Príncipes e nos Campos Elísios, para comprar a camisola de Neymar.

E nem as mais altas instâncias francesas esconderam o entusiasmo. Emmanuel Macron, Presidente da República, considerou a contratação como «uma boa notícia» para França, enquanto Gérald Darmanin, ministro das finanças, se congratulou com o impacto fiscal do negócio: de acordo com o jornal gaulês Le Figaro, as finanças francesas deverão encaixar 300 milhões de euros em cinco anos, 100 deles referentes unicamente aos 222 milhões da cláusula de rescisão.