Os procuradores de Munique encarregados de investigarem os funcionários da Audi por alegada fraude juntaram, de forma formal, a marca ao inquérito em curso. De acordo com um comunicado divulgado por email, a investigação está a analisar a hipótese da administração da empresa ter negligenciado as suas funções de supervisão, permitindo a fraude. A análise está a ser conduzida sob as regras administrativas que permitem sancionar más condutas por parte das empresas.
Segundo a agência Bloomberg, uma vez que a lei criminal da Alemanha não permite a acusação a empresas, regras administrativas é a ferramenta usada para sancionar as companhias e permitem a apreensão de lucros obtidos com condutas ilegais. A Siemens, que esteve sob o mesmo tipo de investigação há dez anos num caso de corrupção, chegou a acordo com a procuradoria de Munique para pagar 600 milhões de euros.
A VW está também sob o mesmo tipo de investigação, pelos procuradores de Braunschweig, que investigam se a construtora cometeu fraude com a instalação de um software que apenas bloqueava as emissões de gases poluentes durante os testes de medição destas.
Em setembro de 2015 a VW admitiu que 11 milhões de carros em todo o mundo foram vendidos com este software. A marca tentou aumentar as vendas com motores que alcançassem os padrões de emissões mais elevados. A marca não conseguia vender carros sem a certificação que cumpriam os critérios e não conseguia cumprir os critérios sem adulterar os resultados das emissões.
O anúncio da VW de atualização de software e de troca de modelos vem na sequência de um acordo entre a indústria automóvel alemão com o governo do país em alguns Estados federados para a criação de um fundo para a melhoria da qualidade do ar, redução das emissões poluentes e a mobilidade.
O setor compromete-se a atualizar o software de 5,3 milhões de veículos na Alemanha, dos quais quatro milhões são automóveis do grupo VW que além da Audi e da marca Volkswagen, inclui a Seat, a Skoda e a Porsche.