A Renault vai fechar hoje um acordo para produzir 150 mil carros por ano no Irão. De acordo com a agência de notícias AFP, que cita uma fonte próxima do Ministério da Indústria iraniano, “este acordo prevê a conceção e a construção de veículos da marca Renault”, em colaboração com parceiros locais.
A empresa francesa vai ficar com 60% do negócio e o construtor de automóveis iraniano Neguine-Khodro 20%, enquanto a Organização de Desenvolvimento Industrial e Renovação, uma agência estatal iraniana, deterá os restantes 20%.
A sede da parceria será em Saveh, a cerca de 120 quilómetros a sudoeste de Teerão, a capital iraniana.
Em setembro de 2016 tinha sido assinado um “acordo estratégico” entre a Renault e o ministro iraniano da Indústria, Mohammad Reza Nematzadeh, para a criação desta nova parceria. Na altura ficaram por revelar pormenores do negócio.
Segundo a AFP, as negociações foram bastante difíceis, com a Renault relutante em aceder às exigências iranianas de usar 40% das peças de fornecedores locais, que têm tido dificuldades em conseguir acompanhar os padrões internacionais.
Ao contrário da sua principal concorrente, a PSA, que fabrica os Peugeot e os Citroën, a Renault nunca abandonou completamente a produção durante o período de sanções ao Irão e tem uma capacidade de produção de 200 mil carros por ano instalada no país.
PSA investe
A PSA, que saíra do Irão em 2012 devido às sanções, foi rápida a voltar ao país com o fim destas, em 2015. Em junho do ano passado assinou um acordo com a Iran Khodro para a construir 200 mil Peugeots por ano e um outro com a também iraniana SAIPA para a produção de igual número de Citröens.
A expetativa é que a produção automóvel do Irão chegue aos dois milhões de veículos por ano em 2020. Em 2012 era de 1,2 milhões. As empresas francesas têm estado na vanguarda da reconstrução de relações comerciais com o Irão depois de alcançado o acordo nuclear.