De Faro a Olhão. O Algarve das ilhas, dos vegans e da cerveja artesanal

Já vamos a mais de meio e, por isso, merecemos uma pausa para sopas e descanso. Para a primeira parte não faltam opções, desde o clássico Gigi ao novo restaurante vegan de Faro. Para a parte do pé na areia, apanhe um barquinho e vá até às ilhas. Do Farol à Fuzeta há muitos quilómetros…

1. Restaurante Gigi

Já passou a barreira dos 30 anos desde que Bernardo Reino, vulgo Gigi, se instalou de armas e bagagens na praia da Quinta do Lago que agora é confundida com o nome do homem que tem um dos restaurantes mais famosos do país. Durante nove meses, de março a novembro, os afortunados que escolhem o espaço para se deliciarem com o melhor peixe e marisco da nossa costa podem ainda usufruir do espetáculo chamado Gigi, que tanto pode ser o anfitrião mais eufórico como o mais sisudo se estiver perante os chatos do jet set lusitano. As grandes especialidades da casa são os carabineiros com arroz de alho e a sangria Gigi Bolas, uma homenagem a Joaquim Machaz, o homem que fez o Tivoli e foi um dos grandes mestres da hotelaria portuguesa. Não é para todas as bolsas, mas quem pode não deve perder uma visita, de preferência fora de agosto.

Quinta do Lago, Almancil

 

2. Ilha do Farol

É um verdadeiro paraíso da costa algarvia, pois são quilómetros de areal a perder de vista sem um único veraneante, mesmo em agosto. Na “vila” propriamente dita, a vida faz-se deixando passar o tempo. Os únicos carros são os de supermercado que alguns moradores levaram para a ilha, para transportarem os bens que chegam de barco. Tirando os moradores e aqueles que conseguem alugar casa, são muitos os veraneantes que apanham o barco em Faro ou Olhão para passarem um dia descansados na ilha. Se optarem por jantar, o À do João é imperdível, já que o peixe é fresquíssimo e as sardinhas costumam ser deliciosas: pequenas e muito saborosas. Também há apoios de praia onde à noite os turistas se juntam para usufruírem de um luar único. Os preços são em conta e não há pressas para nada…

Faro

 

3. Restaurante Outro Lado

Entrem aqui com uma certeza: a não ser o café italiano e as especiarias trazidas de Marrocos, tudo é português. “E, sempre que possível, aqui da região”, explica Stephanie, que nos serviu de anfitriã neste restaurante vegano que, na verdade, junta também o conceito de mercearia e de centro de terapias alternativas. Neste Outro Lado, a diferença nota-se nos pormenores. Não existem palhinhas de plástico, os pratos e talheres são de bambu e a comida é feita num forno de lenha. E já que falamos em comida, espreitemos o menu do dia: sopa de tomate, hambúrguer de grão com salada de cuscuz e gelado de morango. O sumo do dia é de melancia, mas Stephanie aponta para as garrafas de Abaladiça – cerveja artesanal de Loulé – como opção.

Travessa da Madalena 6, Faro

 

4. Bar Madalena

Rui e Joana vieram de Bali com a certeza de que as smoothie bowls que provaram não se podiam ficar por aquela viagem. Foi assim que nasceu a Madalena, a mais recente cafetaria saudável de Faro mas que, na verdade, junta ali vários conceitos. Aberto das 9 às 4 da manhã, há menu para todos os gostos: torradas de abacate para pequeno-almoço, salada com ovo escalfado e queijo feta para almoço e um sumo de fruta para lanche. As tais bowls, essas, não têm hora marcada. A “All I Need” salta à vista até porque junta quatro palavras mágicas: banana, cacau e manteiga de amendoim. À noite, a cafetaria transforma-se em bar, com djs convidados, muitos vinis, cocktails e alguns convidados-surpresa que podem montar um estúdio de tatuagens ou uma banquinha de chirashi, uma espécie de sushi desconstruído e servido numa taça.

Largo da madalena 8, Faro

 

5. Bar Columbus

O menu vem em forma de jornal, para ser lido com calma, enquanto se aprecia a beleza de um edifício com mais de 500 anos, bem no centro de Faro. Abrir o Columbus foi quase uma inevitabilidade na vida dos irmãos Ricardo e Miguel Gião. “O nosso pai tinha um bar, acabámos por estudar Hotelaria e dedicámos a nossa vida a isto”, explica-nos Ricardo. A carta vai acompanhando a mestria da equipa de 12 funcionários que se dedicam à arte de bem servir, mas falamos aqui de uma dedicação digna de prémios. O Columbus entrou no top-7 da “Forbes” de bares para beber cocktails, já foram considerados a melhor equipa de bar por três anos consecutivos e dela faz parte João Rodrigues, premiado como melhor bartender do país. Perante isto, o que fazer além de pedir o melhor cocktail da casa? Senhoras e senhoras, apresento-vos o marajoka, uma mistura de vodca, licor de maracujá, lima e manjericão.

Praça Dom Francisco Gomes, Faro

 

6. Bar Ground 864

Se é dos que seguem uma dieta restrita e escolhem um dia da semana para se estragar, atire-se de cabeça neste bar. E assim para assustar, fica aqui o expoente máximo da gordice: o Donut Bacon Burguer. Sim, é verdade, é um donut doce com bocados de bacon e hambúrguer. Mas há também nachos, torresmos, quesadillas, cachorros quentes e waffles, tudo feito de raiz por detrás deste balcão de madeira que, além de boa comida, tem uma carta de cervejas de fazer inveja a qualquer pub. São mais de uma dezena de marcas de cerveja artesanal portuguesas, cocktails que têm cerveja como ingrediente, com hipótese de degustação. Por cinco euros é possível provar quatro delas e ainda petiscar umas pipocas. Perdido por cem, perdido por mil.

Travessa José Coelho 2, Faro

 

7. Restaurante Polvaria

Nesta ementa não há erro: 80% dos pratos têm o polvo como base. A Polvaria abriu há dois meses pela mão de Luís, Hugo e Rui, que queriam levar algo de novo a Olhão. “Temos mexicano, temos japonês, temos dezenas de marisqueiras. Faltava uma casa assim”, conta ao i Luís Conceição, que acaba de fechar mais uma hora de almoço de casa cheia. O polvo vem de Santa Luzia, como se quer, e nesta casa é servido de forma clássica como o lagareiro, pataniscas ou à galega. Num formato mais arriscado, há polvo transformado em ceviche, caril ou hambúrguer.

Avenida 5 de Outubro 21, Olhão
 

8. Praia da Fuzeta

Há o Pedrinho, o Gertrudes, o Maria Alda, o Damásio e o Iemanjá. O cais da Fuzeta está cheio de barcos cujos nomes contam histórias ou homenageiam alguém. Mas o nosso sai daqui a nada e, em dez minutos, põe-nos na ilha da Fuzeta. O bilhete custa 1,70 euros, mas se estiver disposto a alargar horizontes – na viagem e na carteira –, na bilheteira aconselham-nos a Rota do Sol ou a Rota do Levante. A primeira dura uma hora, custa 12,50 euros e percorre a ilha da Fuzeta e a praia do Homem Nu. Já a segunda, mais longa, custa 20 euros e em duas horas percorre o Parque Natural da Ria Formosa, com paragem na ilha da Armona.

Fuzeta, Olhão