Consumo de estatinas duplica em Portugal ao longo de dez anos

A mortalidade por causa de doenças cardiovasculares diminuiu significativamente

Nos últimos dez anos, o consumo de estatinas duplicou em Portugal.

Só no ano passado, os portugueses compraram mais de 9,2 milhões de unidades deste tipo de medicamentos e gastaram mais de 72 milhões de euros, segundo indicam dados da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed).

De acordo com um estudo do Infarmed, divulgado há quatro anos e feito no período entre 2000 e 2013, os níveis de utilização deste tipo de medicamentos em Portugal eram semelhantes aos de Espanha e França. Nessa altura, Portugal era dos países com maior consumo de rosuvastatina (um tipo de estatina) mas, ao contrário das outras estatinas, esta não tinha genérico, sendo um medicamento muito caro para os doentes. No entanto, esta despesa diminuiu quando os genéricos deram entrada no mundo dos fármacos porque os preços dos medicamentos baixaram.

O estudo do Infarmed concluiu que o aumento da utilização de estatinas é um resultado muito importante para se que possa prevenir doenças cardiovasculares.

A Direção-Geral da Saúde, juntamente com vários especialistas, definiu algumas normas de orientação clínica acerca da abordagem terapêutica para tratar o colesterol nos adultos. As normas têm uma especial atenção à importância de um estilo de vida adequado a cada doente: adotar uma dieta variada e equilibrada, praticar exercício físico, controlar o peso, restringir o consumo de álcool e sal e deixar de fumar são algumas das dicas para um estilo de vida mais saudável. No entanto, caso estas medidas não surtam efeitos terapêuticos nas pessoas que sofrem problemas cardiovasculares, a Direção-Geral da Saúde afirma que se deve tratar a doença com recorrência a um tratamento farmacológico adequado.

A mortalidade devido a doenças cardiovasculares tem diminuído em Portugal de forma significativa, representando atualmente menos de 30% do número total de óbitos.