Paulo Cafôfo, presidente da Câmara do Funchal, e Idalina Silva, presidente da Junta de Freguesia do Monte, têm versões opostas sobre a situação da árvore que vitimou mortalmente 13 pessoas. O presidente afirma que a árvore não estava sinalizada. Já a autarca assegura que alertou a câmara em julho para o perigo e que apresentou um pedido de corte das árvores da zona.
“Aquela árvore nunca esteve sinalizada como perigo de queda e nunca deu entrada nos serviços camarários qualquer queixa com vista à sua limpeza ou abate, por parte de instituições públicas, mormente da junta de freguesia do Monte, do proprietário do terreno, nem dos cidadãos”, afirmou o presidente da câmara do Funchal em conferência de imprensa.
A árvore em causa, um carvalho com cerca de 200 anos, “apresentava uma copa verde e saudável, não aparentando qualquer anomalia fitossanitária”, disse o autarca, citado pelo Diário de Notícias Madeira. O edil acrescentou ainda que “a árvore que caiu não estava amarrada a qualquer cabo, nem de aço, nem outro. Isso verifica-se, sim, entre um plátano, um loureiro e um til, que não foram afetados esta manhã”.
Já a presidente da Junta de Freguesia do Monte afirmou à Lusa que as árvores não eram desbastadas “há muito tempo”. Segundo o Jornal da Madeira, Idalina Silva requereu a 5 de julho, “o corte/poda dos plátanos existentes desde o Largo da Fonte até ao Largo das Babosas", alertando que no dia 1 de julho tinha caído um galho de grande porte “que por pouco não atingiu uma pessoa”.
No pedido, a autarca “alertava para a proximidade das festas do Monte, com início a 5 de agosto”, explica o jornal que publicou, inclusivamente, os ofícios em causa. No documento está explícita, aliás a preocupação de Idalina Silva, que sublinha que as festas de Nossa Senhora do Monte constituem um “período no qual se concentram centenas de pessoas na área de referência”.
A resposta da câmara chegou num documento assinado pela vereadora Idalina Perestrelo: “Os plátanos no Largo da Fonte, caso se justifique, irão ser intervencionados oportunamente".
Os dois documentos publicados, quer o pedido da junta quer a resposta da câmara, mencionam apenas os plátanos e não os carvalhos existentes no local. Os terrenos pertencem, aliás, à Diocese do Funchal, mas é a câmara que habitualmente tem assegurado a manutenção e limpeza do espaço.
Amanhã, serão efetuadas peritagens à árvore, conduzidas por uma empresa especializada que trabalha em parceria com o Instituto Superior de Agronomia.