Existem viagens e viagens. E tão variadas quanto as viagens são os viajantes. Turistas de todos os tipos, em todos os cantos.
No fundo da plataforma estava um banco vazio e ao seu lado uma rapariga sentada no chão com uma mala de viagem. Sozinha e de olhos fechados, parecia estar a gostar do som que vinha dos seus auscultadores, que acabou por ser interrompido quando a abordámos.
Julgando pela aparência física, um “hi!” seria a opção certa, na certeza de que uma estrangeira se tratava, mas rapidamente se percebe que o português está bem presente na sua memória.
Com um sorriso no rosto, Carlota Vallejo conta-nos a sua história. Não veio de muito longe. É espanhola, tem 25 anos e está em Portugal há pouco mais de um ano. Veio fazer Erasmus para a Universidade de Aveiro, situada na Região Centro, para concluir o seu curso em Engenharia e Desing de Produto.
O quarto de século que tem já lhe permitiu viajar por várias localidades, mas a espanhola garante que é em Portugal que quer ficar e realizar os seus desejos como profissional.
Agora está a trabalhar em Aveiro, a cumprir o estágio correspondente ao seu curso, mas apesar da semana ser ocupada, há pelo dois dias livres, o sábado e o domingo, que usufrui para visitar a cidade que tanto gosta.
“Atualmente estou a trabalhar em Aveiro, mas consigo vir vários fins-de-semana a Lisboa visitar uma amiga. Foi graças a ela que me apaixonei pela cidade”, começou por dizer.
Carlota estava tão feliz que de imediato relatou, um a um, os sítios que visitou pela capital como se ainda estivesse por lá presente. “Os miradouros são únicos e as paisagens magníficas. As praias. O castelo de São Jorge. Aqui há possibilidade de se fazer qualquer coisa, seja de dia ou de noite. Depois de um longo dia em visitas ainda há locais à noite muito bons para visitar. Não trocaria isto por nada apesar de se ter que controlar muito bem o tempo dos transportes. E, sim, era aqui que queria ficar”.
Não é a primeira vez que a espanhola vem a Lisboa e no que depender dela também não será a última. Por agora vai voltar a mais uma semana de trabalho e quem sabe se para o próximo fim-de-semana não está de volta a estas terras que tantas boas memórias lhe dão.