A revisitação
Mão morta – mutantes s.21
Hoje
21h55
Há um antes e um depois de “Mutantes S. 21” na vida dos Mão Morta. O álbum da transição do vinil para o CD – com direito a uma edição especial e numerada com uma banda desenhada – e que valeria o salto para uma multinacional é uma viagem alucinante por nove cidades. As noites de rock’n’roll de Budapeste são um hino da época mas “Barcelona” e “Amesterdão” continuaram a ser obrigatórias nos concertos. O disco é recriado na íntegra com novos visuais.
O bailado
Future islands
Hoje
00h30
De acordo com as convenções sócio musicais, os Future Islands são “indie” ancorada na new wave – uma espécie de Killers, versão Bloco de Esquerda – mas se há banda no seu quadrante que soube tirar partido do potencial audiovisual da internet foram eles. E graças ao jeito do vocalista Samuel T. Herring para o bailado.
A palavra
Kate tempest
Hoje
01h55
“Europe is lost, America lost, London lost/Still we are clamouring victory/All that is meaningless rules/We have learned nothing from history”, desabafa Kate Tempest na poderosa canção de protesto que tem captado atenções. Rapper, poeta e ativista inglesa, vem de uma escola para quem toda a palavra tem um significado.
A urgência
Car seat headrest
Amanhã
19h40
Will Toledo nasceu em 1992 quando os Pavement já eram gente, o indie ainda se chamava rock alternativo, e tinha direito a um canal próprio na MTV, mas se com frequência os processos de reciclagem são réplicas sísmicas leves como um saco de pano, neste caso há um contador de histórias com angústias. E boas canções.
O renascimento
At the Drive-In
Amanhã
23h15
Os At The Drive-In são a bandeira de um tempo milenial em que o hardcore descobriu o rock e perdeu alguns “ismos” próprios de movimentos marginais. Em 2000, deixaram o colossal “Relationshif of Command” para a posteridade. Este ano, e após terem voltado aos palcos, editaram “In•ter a•li•a”, primeiro disco em 17 anos.
O charme
Nick Murphy (ex-Chet Faker)
Amanhã
00h45
Nick Murphy cansou-se de ser Chet Faker, heterónimo de pilosidade sedutora com o qual conquistou o mundo graças à versão de “No Diggity” gravada na garagem. Do que o australiano não se livra é de receber a roupa interior das namoradas dos outros, se continuar a lançar perfume como na recente “Your Time”.
A surpresa
Badbadnotgood
Sexta-feira
21h20
Eram uma das grandes omissões em palcos nacionais. Os Badbadnotgood pertencem a uma nova geração de músicos de jazz, educados a ouvir hip-hop contemporâneo. São uma espécie de Orelha Negra canadianos, que tanto se adaptam a festivais de rock como dão suporte a rappers como Ghostface Killah ou Snoop Dogg.
A revelação
Red Axes
Sexta
02h45
Há um pouco de tudo no caldeirão dos Red Axes. Tribalismo, techno mental, pós-punk industrial, destroços, ruído, fim do mundo e um novo a nascer. Talvez seja a banda sonora do trânsito de Telavive, cidade israelita de onde Dori Sadovnik e Niv Arz têm saído com regularidade para fazer uma festa nada óbvia mas catártica.
A austeridade
Benjamin Clementine
Sábado
21h20
A voz da austeridade, da Europa secular, dos grandes homens e tratados é maior do que o corpo gigante de Benjamin Clementine. Aclamado em Portugal, como nem na pátria britânica, é um caso de amor de um país como já raras vezes se observa. Esta é a parte conhecida da história. A outra é um álbum novo que tem para mostrar.
A descarga
Ty Segall
Sábado
23h15
Se o rock perdeu a fonte de juventude, não é por agitadores como Ty Segall. O São Franciscano está ligado à corrente e é um problema desligá-la quando sobe ao palco. Símbolo da Motor City que já foi Detroit é um Diabo à solta sem vergonha. Quem escreve canções como “Break a Guitar” normalmente não se fica pelas palavras.