A série dedicada ao play-off de acesso ao Grupo Mundial da Taça Davis entre Portugal e a Alemanha será interrompida esta semana.
Não por falta de tema. Aliás, o selecionador nacional Nuno Marques divulgou a convocação de João Sousa, Gastão Elias, Pedro Sousa e João Domingues e a Alemanha rejubila com o triunfo de Alexander Zverev no Open do Canadá.
Mas há um evento que se impõe: na próxima segunda-feira Rafael Nadal regressará à liderança do ranking mundial, três anos e um mês depois de ter sido n.º1 pela última vez (julho de 2014).
O ainda n.º1, Andy Murray, ausentou-se do Masters 1000 de Cincinnati desta semana devido a lesão, vai perder os pontos de finalista de 2016 e Nadal reocupará um lugar que foi seu durante 141 semanas não consecutivas.
Lembro-me de quando Thomas Muster chegou pela primeira vez a n.º1 do ATP World Tour, em fevereiro de 1996, ter espantado por já contar 28 anos. Na história do ranking ATP só um jogador se estreou como n.º1 mais velho, John Newcombe, com 30 anos, em 1974.
No caso de Rafa, ele foi n.º1 pela primeira vez aos 22 anos, em agosto de 2008, mas não deixa de ser impressionante que volte a encabeçar a hierarquia internacional aos 31 anos.
Não será o mais velho n.º1 mundial de sempre. Andre Agassi tinha 33 anos quando comandou pela última vez o circuito masculino em 2003 e é previsível que Roger Federer venha a quebrar este ano esse recorde mundial de Agassi e possa ser n.º1 aos… 36 anos, superando mesmo Serena Williams que esta época foi n.º1 aos 35 anos.
Não fosse uma pequena lesão nas costas, contraída na final do Open Canadá, frente a Zverev, e o campeoníssimo de 19 Majors teria estado esta semana em Cincinnati (onde já triunfou por sete vezes) para discutir com Nadal a sucessão de Murray.
Assim, com a desistência de Federer do torneio norte-americano, o espanhol ficou com o caminho livre para o n.º1.
Na próxima segunda-feira Rafa apoderar-se-á de um recorde mundial, pois será n.º1 nove anos e três dias depois de tê-lo feito pela primeira vez. Jimmy Connors, Pete Sampras, Andre Agassi e Federer conseguiram este feito num intervalo de oito anos.
Já se ouve por aí que este será um n.º1 com menos valor porque acontece numa altura em que jogadores como Murray, Djokovic, Wawrinka e Nishikori estão lesionados.
É um argumento injusto para o decacampeão de Roland Garros, como sublinhou o próprio, recordando as suas múltiplas e insistentes lesões: «Julgo que ao longo da minha carreira fui forçado a faltar a mais torneios do que os meus rivais».