Divisão retira peso à organização

Os BRICS realizam a nona cimeira anual, na cidade chinesa de Xiemen, com dúvidas sobre a sua relevância e divididos em relação a diversas questões.  

Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conhecidos como BRICS, formaram uma organização com o objetivo de permitir às maiores economias emergentes, que representam mais de 40% da humanidade a formar uma frente unida num mundo em que as regras do comércio e do sistema financeiro são definidas pelo ocidente.

Com sistemas políticos e económicos muito diferentes, os BRICS são vistos por muitos como uma organização artificial, com poucos resultados e com as prioridades dos seus membros a divergirem.

“É muito difícil olhar para os BRICS como qualquer coisa de coerente. O que é que têm em comum”, questiona Christopher Balding, professor de economia na Universidade Peking, em Pequim. “Economicamente, comercialmente, financeiramente, todos os membros fazem as coisas de forma diferente. É difícil ver espaço para posições comuns”, acrescenta, citado pela agência AFP.

A China é comunista e uma potência económica mundial e a Índia uma democracia e uma economia em ascensão. A Rússia é autoritária e, tal como as democráticas Brasil e África do Sul, está em dificuldades económicas devido ao baixo preço das matérias-primas.

Para além de uma disputa territorial fronteiriça nos Himalaias, o primeiro-ministro indiano Narendra Modi desprezou um convite do presidente chinês Xi Jinping para promover as ambições comerciais chinesas, a chamada “Nova Rota da Seda”.

Os analistas consideram que os BRIC têm alcançado pouco devido à falta de cooperação institucional, exceção feita ao Novo Banco de Desenvolvimento, criado em 2016 e com sede em Xangai. No entanto, muitos economistas consideram que a sua influência é duvidosa.

Como o comércio dentro da organização é muito favorável à China, tem havido diversas queixas em relação às práticas comerciais chinesas. Este ano, a Índia já fez várias queixas em relação ao comércio da China.