Líder da oposição é preso e acusado de traição no Cambodja

A detenção de Kem Sokha é mais uma numa já longa série de detenções de críticos do todo poderoso primeiro-ministro Hun Sen

Kem Sokha, líder da oposição, foi acusado e preso por traição na madrugada de hoje, anunciou o governo cambodjano. O líder político foi detido por "100 a 200 polícias sem qualquer mandado de captura depois de terem invadido a sua casa", disse Kem Monovithya, filha de Sokha.

As autoridades do país alegam que existia "um plano secreto de conspiração entre Kem Sokha, o seu grupo e estrangeiros para prejudicar o Cambodja", o que representa um crime de "alta traição". Não foram dados mais detalhes quanto à acusação e sua sustentação. 

Esta detenção é mais uma numa já longa série de sistemáticas detenções de críticos do todo poderoso primeiro-ministro Hun Sen, que se mantém no poder há três décadas. Organizações não-governamentais e jornais também têm sido alvo de ações do governo.

O Cambodja Daily, um dos principais jornais críticos ao governo, tem sido um dos principais alvos de Hun Sen, estando em risco de fechar se não pagar uma multa de 6 milhões e 300 mil dólares. 

Estas detenções ocorrem meses antes da realização de eleições legislativas em 2018. Hun Sen espera extender as suas três décadas de governação em mais um mandado.