O julgamento do partido de extrema-direita Aurora Dourada e dos seus líderes e parlamentares recomeça amanhã, depois de mais de 145 audiências realizadas desde 2015. Foram constituídos arguidos mais de 89 membros da organização, sendo que apenas 69 dos inicialmente acusados estão a ser julgados por participação em "organização criminosa", e por agressões a militantes de esquerda e imigrantes.
Todos os parlamentares eleitos antes de 2013 pelo Aurora Dourada estão a ser julgados pela primeira acusação acima referida, o que dá ao julgamento caraterísticas únicas. O caso tem vindo a revelar diversos métodos de organização e atuação de um dos principais partidos de extrema-direita na Europa, bem como as suas ligações ao crime organizado e às forças policiais gregas.
Com o advento da crise económica, o partido conseguiu catapultar-se para o panorama político grego, elegendo 19 deputados e tornando-se na terceira força política no país, apesar das constantes suspeitas de associação a atividades criminosas, desde 1988.
O Aurora Dourada tem mais de 500 mil apoiantes no país e relações com diversos outros partidos de extrema-direita europeia e norte-americana, sendo visto como uma das principais fontes de inspiração para os seus congéneres.
Os elementos do partido são suspeitos de agredirem violentamente militantes de esquerda e imigrantes. O assassinato de Pavlo Fyssas em setembro de 2013, em Keratsini, Atenas, levou o poder político e judicial a atuarem contra a organização.
O julgamento é um dos mais importantes na História contemporânea da Grécia e deverá estar concluído no decorrer de 2018.