O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou esta terça-feira que pediu um projeto legislativo sobre imigração que deverá estar pronto nos primeiros meses de 2018 e que irá ajudar a acelerar as deportações de imigrantes sem documentos.
Perante uma plateia composta por membros do executivo, Macron defendeu que "o modelo francês se deve aproximar do modelo alemão" e que o país tem "centenas de milhares de imigrantes em situação irregular" que "vivem numa terra de ninguém".
De acordo com números do Ministério do Interior francês publicados hoje, dos 91 mil imigrantes sem documentos detidos no ano passado em França, houve mais de 24 mil deportações efetivas. Entre estas 11 mil foram voluntárias e 12 mil à força.
Macron prometeu também um aumento da capacidade de alojamento de refugiados na ordem dos cinco mil em 2018, para além de uma "luta completa" contra as redes de traficantes.
A estratégia de contenção da imigração de Macron não passa apenas por políticas de deportação de imigrantes sem documentos, mas também por uma "resposta forte e coerente" do Estado francês que inclua uma política de desenvolvimento em África e o envio de missões para o Níger e Chade, com o objetivo de receber nesses países os pedidos de asilo, bem como para "conter o fluxo" dos que tentam atravessar o Mediterrâneo.
Entretanto, o presidente francês também anunciou que depois do estado de emergência terminar em novembro, os controlos das fronteiras francesas manter-se-ão, principalmente na fronteira com Itália, que é uma das vias mais usadas pelos indocumentados.