As imagens que durante toda a tarde desta quarta-feira inundaram as redes sociais, os noticiários televisivos e os websites dos meios de comunicação de todo o mundo, não nos dão outra hipótese senão esperar o pior cenário possível para a região das Caraíbas. A chegada do violento furacão Irma e com ele o vento, a chuva e as ondas, a Barbuda, Saint Martin e outras ilhas das Antilhas, provocou inundações nas ruas, virou carros ao contrário e destruiu habitações inteiras.
“Estou chocado com o monstro que nos cobre. A ilha está devastada. É apocalíptico”, descrevia Michel Magras, senador da ilha de São Bartolomeu, citado pelo “Guardian”.
A tempestade foi catalogada com o nível 5, o mais grave e perigoso da classificação do National Hurricane Center norte-americano e já é considerado o mais poderoso fenómeno natural do género, formado no Atlântico, das últimas décadas. “O furacão Irma é tão grande que cobre a área do Reino Unido e Irlanda”, escreveu no Twitter um apresentador de meteorologia da Channel 4 News.
As previsões do National Hurricane Center apontam para ventos na ordem dos 295 quilómetros por hora e para a deslocação da tempestade tropical para noroeste. No seu caminho estão Porto Rico, República Dominicana, Haiti, Cuba e o estado norte-americano da Florida, que deverá ser atingido no fim de semana.
O desenvolvimento de furacões e tempestades são bastante comuns naquela região do globo, entre junho e novembro. Basta recordar a passagem do furacão Matthew pelo Haiti, em outubro do ano passado, que matou quase 900 pessoas e arrasou localidades inteiras. E se não quisermos recuar tão longe no tempo, a passagem do Harvey pelo Texas e pela região do Golfo do México – vitimou mortalmente 60 pessoas e fez dezenas de milhares de desalojados, principalmente em Houston –, no final de agosto, é bem reveladora desta realidade. Mais: para além do Irma, também os furacões Katia (leste do México) e Jose (Oceano Atlântico) estão a ganhar forma e força.
As profecias aterradoras sobre o poder do furacão Irma não deixam outra hipótese às pessoas senão preparem-se para o seu embate e, por isso, as últimas horas desta quarta-feira testemunharam inúmeros relatos de incerteza de quem espera pela tempestade. “Estamos a tentar ser positivos, mas por aqui não há ninguém relaxado. Não sabemos o que vai acontecer”, contava à BBC a jornalista Gemma Handy, residente em Antigua. “Muitas pessoas estão ansiosamente à espera de notícias dos seus familiares”, acrescenta.
A ameaça do Irma levou o presidente dos Estados Unidos a aprovar o estado de emergência para os territórios de Porto Rico, Ilhas Virgens americanas e Florida, e a mobilizar fundos federais para o apoio às vítimas e para a recuperação das infraestruturas “[Estamos a] acompanhar de perto o furacão. A minha equipa, que fez e está a fazer um enorme trabalho no Texas, já está na Florida. Não há tempo para descansar!”, escreveu Donald Trump na sua conta pessoal de Twitter.
Naquele estado norte-americano foram várias as bombas de gasolina que ficaram sem combustível, fruto das intermináveis filas de automóveis conduzidos por pessoas que pretendem abandonar a região de Miami e arredores, nos próximos dias.