US Open homenageia veteranos de guerra

Benno van Veggel, João Zilhão e Jorge Mendes, os homens fortes do mais importante torneio de ténis português, poderiam conceber um projeto deste género

No passado dia 4, a comentar o Open dos Estados Unidos para o Eurosport, reparei que em todos os encontros no Arthur Ashe Stadium, havia ao lado dos jogadores e do árbitro, no momento do sorteio, um militar fardado, estando representados vários ramos das Forças Armadas norte-americanas.

A USTA, a federação norte-americana de ténis, organizou no US Open, pelo sexto ano consecutivo, o Military Appreciation Day, uma jornada dedicada aos militares.

O lançamento da moeda ao ar foi a face mais visível de um vasto programa que incluiu homenagens no court a alguns funcionários da USTA e do US Open que no passado representaram o país nas forças armadas.
O banco Chase, patrocinador do US Open, distribuiu ingressos por associações norte-americanas ligadas a militares e seus familiares.

E alguns veteranos de guerra tiveram oportunidade de competir no maior estádio de ténis do mundo, bem cedo de manhã, antes do Arthur Ashe Stadium receber nesse dia os n.º 1 mundiais Karolina Plisková e Rafael Nadal.

A qualificação para esse privilégio fez-se em competições e clínicas de ténis. O jornalista Ashley Marshall conversou com alguns dos veteranos que participaram nessas sessões semanais desde maio, que atraíram cerca de 70 interessados, inscritos num hospital militar em Orlando, na Florida.

Pelas suas histórias percebe-se que existe um programa que recorre ao ténis como atividade que acentua a reabilitação na sociedade, física e psicológica, de antigos militares.
No ano passado a USTA até aproveitou uma ínfima parte dos lucros do US Open para a renovação de dois campos de ténis no Centro de Médico para Veteranos de Northport, em Nova Iorque.

Fiquei a pensar que este exemplo bem poderia ser seguido no Millennium Estoril Open.
Benno van Veggel, João Zilhão e Jorge Mendes, os homens fortes do mais importante torneio de ténis português, e Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis, poderiam conceber um projeto deste género. Levar o ténis às Forças Armadas portuguesas, aos nossos veteranos, de modo consistente. E depois dedicar-lhes um dia por ano no Clube de Ténis do Estoril.

Estou seguro de que o Millennium poderia assumir no Estoril Open o papel do Chase no US Open e julgo que não seria difícil convencer para padrinho do programa o Presidente da República, na qualidade de Comandante Supremo das Forças Armadas.
Afinal, Marcelo Rebelo de Sousa é um antigo praticante de ténis, é um fã da modalidade e nos dois últimos anos esteve a ver ao vivo os craques no Estoril.