José Alberto Azeredo Lopes, ministro da Defesa, assumiu por escrito à Comissão Parlamentar da respetiva pasta que apenas ordenou uma avaliação às condições dos paióis de Tancos quatro dias após o furto de armamento aí ocorrido ter-se dado.
“Na sequência do incidente de segurança ocorrido nos paióis nacionais de Tancos em 28 de junho de 2017, o ministro da defesa nacional, no âmbito das suas competências, determinou, através dos despachos (…) de 2 de julho, a avaliação das condições de segurança das instalações militares destinadas ao armazenamento de material de guerra, munições e explosivos, solicitando aos ramos das Forças Armadas e à Inspeção-Geral da Defesa Nacional a elaboração de relatórios que espelhassem esta avaliação”, diz o documento assinado pelo gabinete do ministro, a que o SOL teve acesso.
O SOL já havia noticiado, a 29 de julho, que o sistema [de Segurança Interna] que coordena os serviços de segurança com as forças policiais demorara mais de 48 horas a entrar em ação, na medida em que o ministro Azeredo Lopes não o comunicara imediatamente após tomar conhecimento da ocorrência.
Helena Fazenda, secretária-geral do referido Sistema de Segurança Interna, já antes afirmara que soubera do assalto pela comunicação social.
José Azeredo Lopes tem visto as críticas a si dirigidas acentuarem-se desde que concedeu este fim-de-semana uma entrevista (ao DN e à TSF) em que afirmara “No limite, pode não ter havido furto”, clamando depois ter visto a frase retirada de contexto.
Hoje, PSD e CDS solicitaram um debate de atualidade na Assembleia da República para a próxima segunda-feira, precisamente para ouvirem Azeredo sobre o furto que, no limite, está mal explicado.