Um sismo de magnitude 7,1 na escala de Richter abalou o México, esta terça-feira, e fez centenas de vítimas mortais e vários feridos.
No último balanço feito pelo ministério, o número de mortos foi elevado para 273. Destas vítimas, 19 são crianças do Colégio Enrique Rebsámen, situado no sul da cidade, em Coapa, onde o abalo se sentiu com muita intensidade.
A certa altura, no meio da tragédia, surgiram rumores de que existia uma sobrevivente,e que as equipas de salvamento estavam a trabalhar para retirar uma criança de 12 anos que, miraculosamente, teria sobrevivido ao terremoto.
Foram várias as televisões mexicanas e canais internacionais que seguiram o caso, uns transmitiam a missão de resgate em direto, de maneira a acompanhar todos os acontecimentos nesta operação.
No entanto, esta quinta-feira a história sofreu uma grande reviravolta. Não havia nenhuma aluna chamada Frida Sofía e não existia nenhuma jovem de 12 anos presa nos escombros do Colégio Enrique Rebsámen.
Todas as alunas da escola chamadas Sofia já tinham sido identificadas e não havia nenhuma "Frida Sofía" nos registos da instituição. Logo não havia ninguém soterrado naquela área.
Depois de dois dias de buscas, um dos elementos da Marinha anunciava que as crianças tinham sido todas identificadas: “Queremos enfatizar que não temos nenhum conhecimento sobre as notícias que começaram a emergir com um nome de uma rapariga. Não acreditamos, estamos convictos disso, que se tratava de algo real”, explicou.
O sub-Secretário da Marinha Armada do México, Ángel Enrique Sarmiento, veio então confirmar a público que, de facto, não havia nenhuma criança viva, presa debaixo das ruínas da escola e que o colapso do colégio tinha feito 25 mortos – 19 crianças e seis adultos.
A notícia de que, afinal, não existia nenhuma menina de 12 anos a ser resgatada, ou a tentar ser, deixou a população do México algo indignada e revoltada, uma vez que este ‘milagre’ se tratava da ‘história’ no México. “As pessoas estão furiosas”, explicou Esteban Illade, editor da revista Nexos, ao The Guardian, adiantando que “Frida era a história” do momento.
Além das pessoas terem mostrado a sua revolta, também os meios de comunicação mexicanos mostraram a sua indignação. “O governo federal sempre nos disse que a menina existia e que estavam na iminência de a salvar. Agora mudaram a sua versão. Ultrajante”, escreveu Carlos Loret de Mola no Twitter.
El Subsecretario de Marina confirma que nunca existió una niña con el nombre "Frida Sofía". pic.twitter.com/hvjUKWyWmh
— Azteca Noticias (@AztecaNoticias) 21 de setembro de 2017
El gobierno federal nos dijo siempre que había una niña y que estaban a punto de rescatarla con vida. Ahora cambian la versión. Indignante.
— Carlos Loret de Mola (@CarlosLoret) 21 de setembro de 2017
