"O mais sensato, o mais razoável e o mais democrático, é parar, dizer que não há referendo pois eles sabem que não haverá", disse Mariano Rajoy, sublinhando que está nas mãos dos que lançaram esta questão "o retorno à normalidade, à tranquilidade e à lei".
O chefe do executivo espanhol insistiu que "não haverá referendo porque nenhuma democracia no mundo pode aceitar liquidar a Constituição ou a soberania nacional” e apelou aos promotores do referendo para reconhecerem de uma vez por todas que a consulta não acontecerá. "Os seus organizadores sabem disso, eles sabiam disso há muito tempo", acrescentou.
Rajoy pediu também ais responsáveis do governo autónomo catalão que acabem com o "assédio" aos autarcas e as manifestações para "intimidar os juízes". O líder do governo espanhola disse ser "é inaceitável que a pessoa que preside ao Parlamento Regional se manifeste em frente à mais alta instância judicial".
A presidente do "Parlament" (Parlamento da Catalunha), Carme Forcadell esteve na concentração para exigir a libertação dos detidos em frente Tribunal Supremo de Justiça da Catalunha.
Horas antes de Rajoy falar, o Ministério do Interior assumiu a coordenação das forças de segurança na região autónoma espanhola da Catalunha. Mas as competências dos Mossos d'Esquadra (polícia catalã) mantêm-se.
A decisão foi solicitada pelo Ministério Público e depois do Ministério do Interior ter comunicado à Generalitat (governo autónomo de Barcelona) o envio para a região de unidades da polícia nacional e da Guarda Civil para apoiar os Mossos d'Esquadra na manutenção da ordem pública.
Segundo a agência EFE, esta coordenação é no essencial, semelhante à que foi accionada nas operações após os atentados em Barcelona e em Cambrils, na segunda quinzena de agosto.
A Generalitat marcou um referendo sobre a independência da Catalunha para 1 de outubro. Este é contestado pelo governo de Espanha e e foi "suspenso" pelo Tribunal Constitucional do país.