A pontuação também subiu de 4,48 para 4,57, um resultado ao nível do de 2006 e pela primeira vez. Desde esse ano e até 2013 Portugal perdeu sempre lugares. Em 2014 houve uma subida e de novo uma queda em 2015 e 2016.
Assim, esta é a segunda subida na lista em pouco mais de uma década e a primeira vez pelo menos desde 2002 que Portugal ultrapassou vários países – Itália, Maurícias, Panamá e Kuwait – e não foi ultrapassado por nenhum país.
O ranking é elaborado com base num inquérito realizado para o FEM pelo FAE (Forum de Administradores e Gestores de Empresas), a PROFORUM-Associação para o Desenvolvimento da Engenharia e a AESE Business School a gestores de empresas portuguesas.
A metodologia do FEM obriga a diversificação a nível da dimensão das empresas, dos setores e da dispersão geográfica. A ponderação final é uma média móvel de dois anos.
Desse inquérito, que contou com 140 participações, salienta-se que a “ineficiente burocracia do governo (19%) e as taxas e os impostos são os fatores mais problemáticos para os negócios e também a maior preocupação este ano para os empresários”
Os mesmos dados revelam que a regulamentação laboral (14%) ocupa a terceira posição na lista de fatores problemáticos para os empresários e a instabilidade política (13%) é o quarto fator de preocupação para os empresários.
Esta última, tal como a legislação fiscal (7%) – a sétima preocupação dos gestores empresariais – desceram em relação a 2016. As condições de acesso ao financiamento (10% das respostas), ocupa o sexto lugar dos fatores mais problemáticos.
A opinião dos empresários corresponde a 75% dos 118 critérios usados para a elaboração do ranking. Estes vão desde a qualidade das infra-estruturas à das instituições, passando pela educação e saúde e pela inovação e tecnologia.
Os restantes fatores para elaboração do ranking são estatísticas e aqui é a macroeconomia a pesar de forma negativa na competitividade. A dívida pública coloca Portugal na 133ª posição e a taxa de poupança em relação ao PIB é a 98.ª entre 138 países.
A saúde dos bancos (129ª posição entre 137), a eficácia do sistema de resolução de litígios (121ª posição), a carga fiscal sobre o trabalho (120º lugar), e a regulação do mercado de capitais (113ª posição), são outros aspectos macroeconómicos entendidos pelos empresários como problemáticos.
Entre os aspetos positivos destacam-se no ranking a inflação, as tarifas alfandegárias, as estradas ou o tempo que demora a iniciar um negócio. Ainda assim, e apesar da melhoria, e de um resultado no primeiro terço a nível mundial, quando comparado com os países europeus, Portugal está atrás da maioria dos parceiros europeus.
Entre os 28 Estados-membros da EU, apenas Itália, Eslovénia, Letónia, Eslováquia, Hungria, Chipre, Roménia, Croácia e Grécia são menos competitivos que Portugal, num ranking que é liderado pela Suíça e cujo top-ten é desde há muito composto pelos mesmos países.
EUA, Singapura, Holanda e Alemanha completam os cinco primeiros lugares. Seguem-se Hong Kong, Suécia, Reino Unido, Japão e Finlândia. Ao longo dos anos as posições têm variado entre estes países, com exceção dos suíços, sempre na liderança.
Os responsáveis pelo inquérito e pela apresentação do ranking, que teve lugar esta manhã na AESE Business School, lembram que o ranking é um dos primeiros indicadores quando se procura um destino para investir.