Passaram mais de três anos desde a queda do Boeing777 da Malaysia Airlines e ainda pouco se sabe sobre o que aconteceu ou onde estão os destroços do avião.
O relatório final dos serviços de segurança nos transportes da Austrália (Australian Transport Safety Bureau) sobre as buscas que terminaram em janeiro deste ano, concluiu que as autoridades não estão minimamente perto de conhecer as razões que levaram ao desaparecimento do avião, nem tão pouco a sua localização exacta.
“As razões para a perda do MH370 não podem ser esclarecidas com certezas até que o avião seja encontrado”, pode ler-se no relatório de 440 páginas publicado pelos os serviços australianos.
Apesar de terem restringido a área da possível localização do Boeing777 para 25 mil quilómetros quadrados (o equivalente a oito vezes a área metropolitana de Lisboa) na região sul do oceano índico. As buscas incluíram ainda o mapeamento de 710 mil quilómetros quadrados subaquáticos a mais de seis mil metros abaixo da linha do mar.
A investigação das imagens de satélites permitiu à equipa encontrar objetos no oceano que poderão ser provenientes do Boeing777, o que ajudou a delimitar a área “que tem a maior probabilidade de conter o MH370”. Foram também investigadas as correntes marítimas, tendo como base os destroços dos aviões que apareceram nas ilhas orientais do oceano Índico e na costa este africana. Depois de 1046 dias, a busca foi cancelada pelo governo da Malásia, China e Austrália. Segundo o relatório, esta foi a maior investigação da história aérea.
“É praticamente inconcebível e certamente socialmente inaceitável que na era da aviação moderna com 10 milhões de passageiros a embarcar em aviões comerciais todos os dias, que um avião comercial de grandes dimensões tenha desaparecido sem que o mundo saiba, com certeza, o que aconteceu ao avião e aos que nele embarcaram”, pode ler-se no relatório.
Apesar de não se conhecer a localização exacta do avião, o relatório indica que o conhecimento sobre o local onde poderá estar é “melhor agora do que alguma vez foi”, o que em parte resulta da análise dos destroços que foram dando à costa em 2015 e 2016. Esses dados apontam para a possibilidade de o Boieng777 ter ficado sem combustível.
A grande razão que leva à dificuldade de localização do avião está relacionada uma falha no sistema de transmissão da localização do MH370, que permitiu que o aparelho navegasse pelo menos 38 minutos sem comunicar a posição ao controlo aéreo.
O governo da Malásia vai “continuar o seu trabalho de investigação sobre os factos e circunstâncias à volta da perda do MH370”, pode também ler-se no relatório.