O asteróide 2012 TC4 vai passar a cerca de 50 mil quilómetros da Terra nesta quinta-feira – ligeiramente acima dos satélites, estacionados a cerca de 36 mil quilómetros de altitude. O ponto mais próximo será atingido por volta das 6h42, hora de Lisboa, e ocorrerá sobre o hemisfério sul.
A passagem pelo nosso planeta ocorrerá a cerca de 20 km/s, pelo que não será possível vê-lo a olho nu – e mesmo com telescópios será necessária uma perícia enorme para o captar. "É ligeiramente menor que o de Cheliabinsk, na Rússia. Esse tinha cerca de 20 metros e ao entrar na atmosfera aqueceu tanto que se desintegrou", explica Rui Agostinho, professor no Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e diretor do Observatório Astronómico de Lisboa, em declarações à TSF.
De acordo com o investigador, o objeto não é perigoso, e nem o seia mesmo que colidisse com a Terra. A sua passagem será, no entanto, aproveitada pela comunidade cientifica para testar o sistema de deteção e monitorização de asteróides. "Será importante para se detetar com exatidão a órbita do asteróide para se poder, no futuro, atirar qualquer coisa contra um objeto destes que venha em rota de colisão", explica Rui Agostinho.
Para a NASA, a aproximação de um objeto tão perto do planeta é também uma oportunidade quase única para testar a rede de observatórios da agência espacial norte-americana.