O afastamento do Chile do Mundial 2018 causou uma onda de reações em cadeia. Se no fim da derrota com o Brasil (3-0), o guarda-redes e capitão Claudio Bravo deixava no ar a hipótese de vir a abandonar a seleção, foi uma publicação da sua esposa nas redes sociais que causou a maior polémica.
“Obrigado por todos os momentos lindos, minha seleção. Obrigado, meu capitão América [Bravo] por tudo o que vivemos. Foi bonito, de facto. Mas, quando se veste a camisola tem de ser com profissionalismo. Sei que a maioria lutou com tudo, enquanto outros iam a festas e não conseguiam treinar por causa da bebedeira que tinham. Que enfie a carapuça quem quiser e que deixe de chorar. Agora é um país inteiro que chora. Esperamos-te com os braços abertos, meu capitão”, escreveu Carla Pardo, acusando alguns jogadores da seleção chilena de falta de profissionalismo.
Se Bravo ainda não tomou uma decisão definitiva, já Arturo Vidal deverá mesmo deixar a seleção chilena. O médio do Bayern Munique, de 30 anos, deixou uma mensagem enigmática mas relativamente esclarecedora em relação à decisão que deve vir a tomar num futuro próximo. "Muito obrigado por tudo. Por todos estes anos juntos, deixar a vida em cada jogo, por ensinarem-me e poder mostrar a um país que, com esforço e trabalho, tudo se consegue", escreveu nas redes sociais. Recorde-se que Vidal já tinha anunciado a retirada da seleção após o Campeonato do Mundo do próximo ano – caso o Chile lá chegasse, o que acabou por não se verificar.
De saída confirmada está Juan Antonio Pizzi: o selecionador que levou a equipa chilena à vitória na Copa América em 2016 descartou a possibilidade de dar continuidade ao seu trabalho. "Há que falar e avaliar o que querem para a seleção, e com base nisso escolherem. O meu contrato termina e eu estou fora. Sou o máximo responsável por esta situação. Fui eu que escolhi os jogadores, os sistemas de jogo e, por isso, assumo toda a responsabilidade que me compete", disse o técnico hispano-argentino após o encontro desta madrugada.
As polémicas no apuramento sul-americano, contudo, não se ficam por aqui. O selecionador da Venezuela, Rafael Dudamel, acusou o Paraguai de tentar "táticas antigas" para distrair os jogadores antes do jogo que opôs as duas seleções, em Assunção, e que poderia dar apuramento aos paraguaios – pelo contrário, a Venezuela venceu (0-1) e os guaranis não se qualificaram. "Houve muitas visitas femininas ao hotel. Não nos surpreendeu porque são estratégias, embora antigas. Rimos muito. Souberam escolhê-las bem, isso sim. Houve um bom casting", atirou o técnico, secundado pelos jogadores Rondón e Herrera, autor do golo. "Houve muitas raparigas a tentar persuadir-nos", contou o primeiro; "As raparigas eram muito bonitas. Tentaram-nos fazer qualquer coisa. Mas somos profissionais e percebemos o que era", explicou o segundo.