Woody Allen veio clarificar o comentário que tinha feito em relação a Harvey Weinstein, o conceituado produtor de Hollywood envolvido num escândalo de abusos sexuais depois da publicação de uma investigação do “New York Times” em que várias mulheres relatavam histórias de assédio e de abusos em troca de benefícios de carreira – às quais se foram juntando ao longo dos dias várias outras, como Angelina Jolie Gwyneth Paltrow ou, mais recentemente, Asia Argento.
À “Variety”, o realizador veio agora explicar o que queria dizer quando se referiu a Weinstein como um “homem triste e doente” (“sad, sick man”). “Quando disse que estava triste por Harvey Weinstein pensei que tinha ficado claro que queria dizer que ele é um homem triste e doente”, disse Allen, que trabalhou com Weinstein em vários filmes mas diz nunca ter ouvido queixas que lhe parecessem sérias de abusos ou assédio sexual por parte do produtor. “Surpreendeu-me que tenha sido tratado de outra forma. Para que não haja ambiguidade, este comunicado clarifica a minha intenção e que sinto”, continuou no comunicado enviado à revista norte-americana.
“Toda esta história é muito triste para todos os envolvidos. Trágica para as pobres mulheres envolvidas, triste para o Harvey pela confusão que está a sua vida. Ninguém ganha nisto”, tinha já dito o realizador no sábado à BBC, acrescentando que esperava que esta revelação não desencadeasse uma “caça às bruxas”: “Não queremos que isto nos conduza a um ambiente de caça às bruxas em que qualquer tipo num escritório que pisque o olho a uma mulher tenha de repente que chamar um advogado para se defender”, explicou. “Isso também não está certo. Mas claro que espero que uma coisa destas possa levar a algo benéfico para as pessoas, além da situação triste e trágica.”
A porta-voz, Sallie Hofmeister, reiterou esta semana que quaisquer alegações de sexo não consentido são “inequivocamente” pelo produtor. Quanto a rumores, Allen não nega que tenham existido: “Estamos sempre a ouvir uma data de rumores, a toda a hora. E uns vêm a provar-se verdadeiros e outros – muitos – são apenas histórias sobre esta atriz ou aquele ator.”