Ao fim de uma semana de combate a vários fogos florestais no norte da Califórnia, os bombeiros começam a fazer alguns progressos na contenção das chamas que já deixaram pelo menos 40 mortos e destruíram quase 6000 infraestruturas.
Mas as autoridades já avisaram que os fogos florestais mais mortíferos da história daquele Estado norte-americano estão longe de estar extintos. As previsões meterológicas apontam para chuva, mas só no final da semana.
Com os ventos a acalmar e os incêndios controlados em algumas zonas, perto de um quarto das 100 mil pessoas que tinham sido obrigadas a deixar as suas casas foram autorizadas a regressar. Mais de 75 mil ainda não o podem fazer.
No norte da Califórnia há mais de 11 mil bombeiros a combater 15 incêndios – há uma semana eram 21 e quase 40 500 hectares de terreno foram consumidos pelas chamas nos condados de Sonoma, Napa e Mendocino.
Só o incêndio de Tubbs queimou mais de 18 000 hectares e matou 18 pessoas. As autoridades consideram que 60% do fogo está dominado. Já o Incêndio do Atlas, que está dominado a 65%, consumiu mais de 20 000 hectares, destruindo casas e adegas a nordeste da cidade de Napa.
“No cômputo geral, estamos um pouco mais otimistas. As condições mudarem muito nas últimas 24 horas e isso é muito bom sinal”, afirmou o vice-responsável do Departamento de Florestação e Proteção de Incêndios da Califórnia (Cal Fire). “Mas estamos muito cautelosos em relação a isso. Ainda há muitos fogos ativos”, acrescentou Bret Gouvea em conferência de imprensa na madrugada de ontem.
Expetativa de mais mortos
Mais de 200 pessoas estão dadas como desaparecidas e a expetativa é que o número de mortos aumente, à medida que as equipas de resgate forem fazendo o rescaldo do fogo.
Os custos, apenas no condado de Sonoma, estão estimados em 3 mil milhões de dólares (2,55 mil milhões de euros). As causas ainda estão por determinar, mas o derrube pelo vento de postes de eletricidade é apontado como uma hipótese.
Esta vaga de incêndios é a mais mortífera na história da Califórnia, obrigando a retroceder a 1933, quando morreram 29 pessoas num incêndio, para se observar a uma contagem de mortes tão elevada.
O fogo começou na noite de 7 para 8 de outubro, de sábado para domingo, surpreendendo os residentes e as autoridades que, confrontados com o avanço avassalador das chamas, não puderam fazer mais que evacuar bairros inteiros.
“Esta é realmente uma das maiores tragédias que a Califórnia já enfrentou. A devastação é inacreditável. É um horror inimaginável” disse o governador da Califórnia, Jerry Brown, depois de ter passado pr centenas de casas “totalmente destruídas”.