O serviço Nacional de Saúde britânico vai deixar de operar os pacientes que não percam peso ou que não deixem de fumar, em Hertfordshire, na Inglaterra. Estas medidas são as mais extremas que alguma vez foram impostas pelos serviços de saúde e estão a ser criticadas pelo Royal College of Surgeons.
Nos últimos anos, várias áreas de saúde colocaram impedimentos aos pacientes e as comissões responsáveis com estas medidas pretendem encorajar as pessoas a ter mais responsabilidade relativamente à saúde e bem-estar própria.
“Isolar os pacientes desta maneira vai contra os princípios do SNS. Isto vai contra a orientação clínica e deixa os pacientes a esperar por longos períodos de tempo com dores e desconforto. Em alguns casos, pode até levar a piores resultados depois da cirurgia. Não há justificação para este tipo de políticas”, afirmou o vice-presidente da da Royal College of Surgeons, em entrevista ao Telegraph.
O vice-presidente relembrou ainda que o novo programa levanta problemas para muitos doentes que são recusados à partida sem terem uma consulta para decidir se o paciente tem ou não de ser operado.
Os pacientes com excesso de peso já têm as suas cirurgias adiadas por nove ou mais meses, até perderem pelo menos 10% do seu peso. Os pacientes que no final dos nove meses não consigam perder peso são avaliados por alguns médicos, podendo vir a esperar indefinidamente.
O Serviço Nacional de Saúde explicou que em situações excecionais os médicos aprovarão a cirurgia ainda que os critérios de peso e tabaco não sejam cumpridos.
Cerca de 15% da população de Hertfordshire fuma e 22% tem excesso de peso.