As segundas eleições legislativas antecipadas resultaram numa forte derrota para os partidos do centro-direita, principalmente para o Partido da independência, o partido do primeiro-ministro islandês, Bjarni Benediktsson. O partido conquistou 16 lugares parlamentares – o parlamento tem 63 -, perdendo cinco.
A derrota sofrida está a ser atribuída aos escandâlos de corrupção que envolveram o líder do partido. Em 2008, enquanto membro do parlamento e da comissão parlamentar da economia, Benediktsson terá, alegadamente, vendido milhões de ações que possuía num fundo de investimento de um banco islandês poucas horas antes do Estado ter tomado conta do banco, evitando assim os prejuízos.
O segundo partido foi o Movimento Esquerda-Verde, liderado por Karín Jakobsdóttir, que obteve 11 lugares no órgão legislativo, mais um do que nas eleições anteriores.
O grande vencedor da noite foi o Partido do Centro, formado em 2017, e que conquistou sete lugares. Os outros partidos que alcançaram bons resultados foram a Aliança Social Democrática, que obteve mais quatro assentos, perfazendo um total de sete deputados, e o Partido Popular, que conquistou quatro assentos, entrando pela primeira vez no parlamento islandês.
O Partido Progressista obteve oito lugares; o Partido Pirata ficou-se pelos seis, perdendo quatro; o Partido da Reforma conquistou quatro, menos três que nas anteriores legislativas.
A formação de um novo governo mantém-se incerta. Tanto o Partido da Independência como o Movimento Esquerda-Verde podem ser convidados pelo presidente, Guoni Th. Jóhannesson, a avançarem com as negociações para formarem um governo por si liderados. Ambas as forças políticas afirmaram publicamente que merecem a hipótese de tentarem formar um governo de coligação.
A Islândia tem uma população de cerca de 340 mil pessoas e foi fortemente atingida pela crise económico-financeira de 2007-8, tendo os três principais bancos colapsado e a economia encolhido 16% em apenas um ano. No seguimento da crise, os islandeses recusaram-se a pagar a enorme dívida soberana, que aumentou significativamente com a absorção das dívidas dos bancos, aos credores, permitindo-lhe reinvestir as receitas do Estado no desenvolvimento da economia nacional