José Manuel Maza, procurador-geral do Estado espanhol, anunciou esta segunda-feira a abertura de dois processos aos antigos membros do governo e da mesa do parlamento da Catalunha, na sequência da votação favorável da declaração de independência na passada sexta-feira.
Carles Puigdemont (ex-presidente da Generalitat), Oriol Junqueras (vice-presidente), Carmen Forcadell (ex-presidente do Parlament) e os restantes envolvidos terão de responder por “rebelião, sedição e peculato”, pela sua atuação de “total desprezo pela Constituição”.
Maza não pede medidas cautelares imediatas para os visados, reservando-se a fazê-lo quando aqueles forem citados. Escreve o “La Vanguardia” que caso se recusem a comparecer perante a justiça, a Procuradoria-Geral será obrigada a ordenar a sua detenção, com caráter de urgência.
O processo referente aos ex-membros do governo ocorrerá na Audiência Nacional e o que visa os membros da mesa da assembleia catalã será no Tribunal Supremo. De fora ficam, para já, todos os deputados que votaram a favor da declaração de independência da região.
AMPLIACIÓN | Así ha sido el anuncio de Maza https://t.co/xuEC7kwc4V pic.twitter.com/gWt5TzQWmo
— EL PAÍS (@el_pais) October 30, 2017
Segundo o “El País”, para além de Puigdemont, Junqueras e Forcadell, as acusações recaem ainda sobre os seguintes políticos catalães: Jordi Turul, Raül Romeva, Antoni Comín, Josep Rull, Dolors Bassa, Meritxell Borràs, Clara Ponsatí i Obiols, Joaquim Forn, Lluís Puig i Gordi, Carles Mundó, Santiago Vila, Meritxell Serret, Lluís María Corominas, Lluis Guinó, Anna Simó, Ramona Barrufet e Joan Josep Nuet i Pujals.
O procurador-geral espanhol criticou ainda a atuação dos envolvidos durante os dias que antecederam e se seguiram ao referendo à independência não autorizado por Madrid, realizado no dia 1 de outubro. “As mobilizações e as concentrações tumultuosas desenvolvidas em oposição às ordens das autoridades judiciais, as convocatórias massivas para impedir os agentes da autoridade de cumprir as suas funções e os atos de assédio (…) aos membros da Polícia Nacional e à Guarda Civil, durante o seu período de trabalho e de descanso, exemplificam que os denunciados não procuravam simplesmente contar com os apoios dos cidadãos, mas levar a cabo o seu projeto independentista (…), promovendo e utilizando a força intimidatória e violenta dos setores independentistas da população, chamando-a a esta insurreição”, denunciou Maza.