O vídeo das agressões na discoteca de Lisboa está a circular pelas redes sociais desde esta quarta-feira, e mostra dois jovens a serem agredidos à porta do Urban, por seguranças da discoteca.
Desde que este vídeo anda a circular na internet, têm sido vários os relatos de pessoas que também viveram o mesmo horror na discoteca, ou que já assistiram a estas agressões brutais.
O britânico Connor McCreesh contou que, numa sexta-feira de verão, enquanto estava de visita a Lisboa, foi sair com vários amigos à discoteca lisboeta, mas nada correu como seria suposto.
O texto escrito no site Medium descreve detalhadamente a experiência daquela noite, num texto que é intitulado de ‘Cães raivosos em Lisboa’, referindo que se tratou de “um dos atos mais impressionantes de violência gratuita e sem sentido” a que assistiu em toda a sua vida.
De acordo com o relato do britânico, o grupo de amigos chegou ao Urban e foi-lhes dito que estava a decorrer uma festa privada. Ninguém terá entendido a razão, e muito menos acreditaram que seria verdade. No entanto, Connor preferiu afastar-se por acreditar que “não valia a pena dizer mais nada”, por saber como as coisas na noite funcionam.
Afastou-se, mas entretanto apercebeu-se que um dos amigos havia levado um murro de um dos seguranças, que o deixou praticamente inconsciente. “Mas o pior está para vir. Kib [o amigo] leva um enorme pontapé na cara, parece que foi uma bomba. Fui ter com ele e, quando ainda estava a perceber o que se estava a passar, levou outro soco no queixo”.
Os seguranças continuavam a agredir o grupo de amigos, mas Kib era aquele que se encontrava em pior estado: “Não são dez seguranças, são dez cães raivosos sóbrios, coordenados, claramente treinados para lutar com aqueles pontapés na cabeça”, escreveu o inglês.
Apesar de toda a confusão, Connor explicou que tentou manter-se calmo. “Estou no chão a dar o meu melhor para permanecer calmo enquanto os meus amigos gritam de medo e raiva. Há um grupo de selvagens à minha volta e a gritar para o meu amigo quase inconsciente, pontapeando-nos e a atirar garrafas de água fria para a cara dele”, recorda.
Os amigos conseguiram tirar Kib do local e tentaram reanimá-lo num muro perto da discoteca. Nessa mesma altura, um dos seguranças aproximou-se e afirmou que uma das raparigas filmou o momento. “Ele agarrou no telemóvel dela, bate-lhe e atira o telemóvel para a água antes de regressar para a discoteca”, continua.
Quando a jovem estava a gritar com o segurança, Connor mete-se entre ambos para tentar acalmar a situação, e acabou por levar quatro murros, mesmo quando, garante o mesmo, estava a pedir para se ir embora. Um grupo de seguranças reaproxima-se e começam a agredir novamente Kib.
A polícia foi chamada ao local e os seguranças acabam por se afastar.
O jovem afirmou que a polícia nada fez, confirmando que este tipo de atitude por parte dos seguranças desta discoteca era normal, e que nada havia a fazer. “O processo em tribunal demora entre seis e 12 meses e raramente os turistas ficam esse tempo todo” em Portugal.
“Estes monstros conseguem fazer isto uma ou duas vezes por semana. A polícia, os motoristas do Uber, as avaliações online refletem tudo isto. E nada é feito”, concluiu.